O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai entregar o Prêmio Camões de Literatura a Chico Buarque.
A cerimônia está prevista para o fim de abril em Lisboa, quando o oficial visita o país, e acontece quatro anos depois do músico e escritor ser laureado.
Em 2019, Chico Buarque não recebeu a honraria, criada pelos governos brasileiro e português, porque o ex-presidente fascista, Jair Bolsonaro, se recusou a assinar o documento que certifica a premiação.
O prêmio Camões foi lançado em 1988 e foi pensado para destacar autores da língua portuguesa e tem valor de 100 mil euros, o qual é dividido entre as duas nações. A cerimônia é alternada entre os países, com os presidentes tradicionalmente assinando um diploma que certifica a premiação.
Quando Chico Buarque foi anunciado como vencedor do prêmio, Bolsonaro disse que a assinatura não estava dentre suas prioridades, e que em 31 de dezembro de 2026 assinaria. Como se vê, o presidente derrotado acreditava que venceria as eleições de 2022.
Apesar disso, a falta da assinatura não impediu a entrega do prêmio, e Chico já recebeu o valor de 100 mil euros.
Essa atitude de Jair Bolsonaro não pode ser confundida com mera arbitrariedade ou rivalidade pessoal com Chico Buarque, mas sim entendida como uma política da extrema-direita contra a cultura nacional brasileira; seja contra o samba, a MPB, o Carnaval ou o futebol etc.
A esquerda tem sempre que lutar por um governo próprio e que defenda os interesses da classe trabalhadora. A direita, a burguesia, não se interessam de verdade pela preservação da cultura, a menos que possa lucrar com isso. Apenas o povo é que pode, de fato, preservar e cultivar a cultura brasileira.