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Literatura operária

Charles Dickens, vida e suas principais obras

A importância de Charles Dickens para a conscientização da classe trabalhadora

Nesta semana completa-se 211 anos do nascimento de um dos escritores mais populares de todos os tempos. No dia sete de fevereiro, nascia Charles John Huffan Dickens em Portsmouth, no condado de Hampshire na Inglaterra. Até seus 11 anos de idade, sua vida foi relativamente tranquila, nunca foi uma criança mimada, porém estudou três anos em um colégio particular e teve acesso desde o início à educação e livros, dos quais alguns, foram determinantes para sua própria autoria literária, por exemplo: obras de Goldsmith, “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, “Gil Blas de Santillana”, romance de Alain-René Lesage e “As Mil e uma Noites” – autor desconhecido.

Seu sucesso, em grande parte, pode ser atribuído à sua proximidade com a classe trabalhadora, da qual efetivamente participou ainda em sua infância, quando seu pai, John Dickens, endividado, foi preso. Sua mãe, Elizabeth Barrow, colocou-o em uma indústria de graxa para sapatos, onde o grande escritor, ainda muito jovem, enfrentou as adversidades e insalubridades das fábricas, comum entre a população pobre, incluindo às crianças, motivo de intrínseca crítica ulterior em seus livros. Após uma herança de 450 libras de sua avó, Elizabeth Dickens, seu pai foi solto e à família retornava à normalidade, porém Charles permaneceu trabalhando, o que gerou um rancor em relação à sua mãe, responsável por esta decisão. Após esse período turbulento, ele se volta para os estudos, ingressando na carreira de jornalista – na qual permaneceu por 20 anos, onde tendo uma vasta produção literária, escreveu cinco livros curtos, 15 romances e inúmeros artigos de não ficção e contos. Seu sucesso se inicia com a série “The Pickwick Papers” (1836), em português traduzido como: “As aventuras do senhor Pickwick”, verdadeiro fenômeno nas camadas populares, principalmente entre os operários. Inicialmente, sua obra não foi tão estimada, foi a partir do episódio quatro, onde surgiu a aparição do criado do senhor Pickwick, a personagem Sam Weller, um engraxate bem-humorado, que acompanharia à trajetória de seu amo, ala Sancho Pança a Dom Quixote. Publicado sobre o pseudônimo de “Boz”, o autor narra às aventuras de um grupo de estudo do clube Pickwick, composto pelo Sr. Pickwick e três púpilos; Sr. Tupman, Sr. Snodgrass e o Sr. Wincle, o pequeno grupo, tinha como função desbravar à Inglaterra, com foco nas descobertas científicas e análise do comportamento humano. Sua obra ganha popularidade por tecer críticas a situação dramática da classe trabalhadora, apesar de manter um tom cômico, mantendo seus leitores em demasiado divertimento, e satirizando os personagens que representavam à burguesia, responsáveis, segundo o autor, pela miséria da maioria.

Uma das críticas que Charles Dickens sofreu na época, foi a falta de realismo. Isso se deve a uma característica do autor, de apresentar fatos e incorporar personagens baseados em pessoas reais em seu livro, inclusive a si próprio, como em sua obra prima: “David Copperfield”, livro praticamente autobiográfico, ou seja, uma vida tranquila, seguida por pobreza e trabalho infantil, que escapa devido a uma inesperada herança e com um final feliz de reconhecimento internacional, como ser realista? – Além do fato, de que o irrealismo era a peculiaridade que alegrava os ouvintes, no caso daqueles que não tinham acesso à leitura e restava pagar alguns “tostões” para alguém ler por ele, comum, já que seu público era a classe operária inglesa. Uma curiosidade importante, é que suas produções literárias inspiraram o gosto pela leitura em diversos trabalhadores.

O meio em que vivia, foi determinante para o desenvolvimento de todas às suas obras. O período da revolução industrial, apesar de ser uma etapa importante para o desenvolvimento das forças produtivas, resultou em um êxodo rural, em que os camponeses eram obrigados a trabalhar em condições bárbaras, uma verdadeira ditadura dos capitalistas, caso alguém se recusasse a atuar nas indústrias têxteis, era apresentado como “vagabundo” e era marginalizado, passível até de pena de prisão. O trabalho infantil também era muito comum, inclusive, alguns maquinários que foram desenvolvidos, eram fabricados com o intuito de caber um indivíduo de pequeno porte, ou seja, uma criança. Tudo isso foi convertido nas obras de forma grotesca e humorística, responsável por alertar o trabalhador sobre suas precárias condições de vida. Algumas de suas principais obras são:

  • As aventuras do senhor Pickwick (1836)
  • Oliver Twist (1838-1839)
  • A loja de antiguidades (1840-1841)
  • Bernaby Rudge (1841)
  • Canção de Natal (1843)
  • The Chimas (1844)
  • Um conto de duas cidades (1850)
  • Tempos difíceis (1854)
  • David Copperfield (1849-1850)

Suas obras foram responsáveis por mais de 180 adaptações de cinema, eternizado até os dias de hoje com suas críticas, humor e grande contribuição literária à era Vitoriana, fazendo parte da cultura literária inglesa e mundial. Na sua morte em 1870, ficou gravado em seu túmulo: “Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos; e com sua morte, um dos maiores escritores da Inglaterra desapareceria para o mundo”. Isso demonstra sua importância e sua dedicação para o movimento dos trabalhadores, do qual participou politicamente a favor de direitos infantis, reformas sociais entre outras reivindicações importantes, mesmo sem nunca ter se declarado como revolucionário, teve um papel importante retratando às precárias condições do povo trabalhador em suas obras primas.

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