O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan, foi recebido em Damasco, nesta terça-feira (17), pelo presidente sírio, Bashar al-Assad. Trata-se da primeira visita de um importante diplomata saudita à capital síria desde o início da guerra no país, há 12 anos.
As relações entre os países estavam rompidas desde 2011, quando iniciou a Guerra na Síria. A Arábia Saudita, sendo um dos principais prepostos do imperialismo na região, financiava e armava grupos rebeldes para combater o governo de Bashar-Al Assad, que os Estados Unidos tentavam derrubar. Assim, Riad foi fundamental no prolongamento da guerra.
Contudo, os governos de ambos os países buscam uma reaproximação, contrariando os interesses dos Estados Unidos e, por conseguinte, do imperialismo no Oriente Médio.
Na semana anterior, o ministro das Relações Exteriores da Síria já havia visitado a Arábia Saudita, igualmente de forma inédita desde o início da guerra.
Paralelamente, uma reunião entre diplomatas de nove países árabes era realizada a fim de discutir o fim do isolamento da Síria e seu retorno à Liga Árabe, de forma que a guerra na Síria seja resolvida por iniciativa e liderança da comunidade árabe.
Assim, a visita do ministro Saudita à Síria segue na esteira desses acontecimentos.
Deve ser lembrado que, recentemente, Irã e Arábia Saudita reestabeleceram as relações diplomáticas, com mediação feita da China, contrariando frontalmente os interesses do imperialismo na região.
A cada dia que passa, vê-se que a ditadura dos EUA sobre o Oriente Médio vai se enfraquecendo.
A Arábia Saudita, aliado-chave no OM, se rebela cada vez mais, embora ainda de forma discreta. Perdendo seu principal entreposto árabe, aos EUA restará basicamente Israel como ponta de lança para seu domínio sobre a região. E, com uma unidade dos países árabes, a situação ficará insustentável.
Há, no horizonte, o perigo de que os EUA percam totalmente seu controle sobre o Oriente Médio, o que seria uma grande vitória para todos os países oprimidos do globo terrestre e toda a classe trabalhadora internacional.
Para onde quer que se olhe, novos sinais de enfraquecimento do imperialismo aparecem. Os que já existiam, se agravam.
Assim, a tendência é que cada vez mais países busquem se libertar da ditadura imperialista, revolta esta que deve ser apoiada.