Em comunicado divulgado à imprensa na última terça-feira (10), o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, destacou que o “cerco total” promovido por Israel à Faixa de Gaza é “proibido” pelo direito humanitário internacional. Disse ele:
“A imposição de cercos que põem em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais à sua sobrevivência, é proibida pelo direito humanitário internacional”.
No mesmo momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS), também um braço da ONU, fez um apelo para a criação de um corredor humanitário em Gaza, com o objetivo de assegurar o fornecimento de itens essenciais à população civil. “Um corredor humanitário é necessário para alcançar pessoas com suprimentos médicos”, disse o porta-voz da entidade, Tarik Jasarevic.
O direito humanitário internacional é um conjunto de normas que supostamente visam proteger a vida, a saúde e a dignidade das pessoas em tempos de conflito armado. Uma das regras fundamentais desse direito é a proibição da imposição de cercos que coloquem em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais à sua sobrevivência. O cerco israelense à Faixa de Gaza é uma clara violação desse princípio.
Com a imposição de restrições extremas à entrada de alimentos, água, medicamentos e outros suprimentos essenciais, o governo de Israel coloca em risco a vida de centenas de milhares de palestinos que residem na região. Conforme denunciado por este Diário, o governo israelense pode ser responsável por deixar mais de dois milhões de palestinos sofrendo com fome e sede.
Em qualquer circunstância, os cercos são vistos não como uma resposta proporcional militar a uma investida adversária, mas sim um castigo coletivo infligido à população civil. No caso da Palestina, tudo é ainda mais covarde, uma vez que Israel, que detém um dos mais poderosos exércitos do mundo, enfrenta uma nação que nem exército tem.
O cerco desumano é complementado com uma série de declarações que revela que o Estado de Israel é controlado por verdadeiros nazistas. Recentemente, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, disse, em vídeo: “Estamos lutando contra animais e agiremos em conformidade com isso”.
Para que tais declarações venham à tona, é óbvio, também, que elas não foram produzidas agora. Isso é o que sempre Israel pensou dos palestinos, e nunca sequer fizeram o esforço em esconder. O tratamento dado aos palestinos por Israel é semelhante ao dado aos judeus pelos nazistas alemães. Nos 75 anos do Estado de Israel, o que existe nos territórios palestinos é uma verdadeira limpeza étnica em curso.
As declarações de organismos da ONU ajudam a desmascarar a farsa da imprensa imperialista, que tanto tem feito alarde do “terrorismo” dos palestinos, ignorando por completo o verdadeiro terrorismo, que é o que Israel opera contra a população da Faixa de Gaza. No entanto, também não passam de mero jogo de aparências.
Em suas décadas de existência, a ONU já adotou várias resoluções supostamente simpáticas à causa palestina. No entanto, todas foram “para inglês ver”. Na ONU, nada acontece sem que os Estados Unidos queira. E os Estados Unidos é o aliado número 1 do criminoso Estado de Israel.