Nos Estados Unidos, vários títulos estão sendo banidos de escolas e bibliotecas públicas por motivos políticos ou ideológicos. Está prática vem acontecendo há décadas, porém nos últimos anos esse movimento tem ganhado força.
Como exemplo do deputado republicano Matt Krause, do Texas, que fez uma requisição às escolas questionando se tinham alguma obra de uma lista de 850 que ele considerava capazes de “fazer os estudantes se sentirem desconfortáveis, culpados ou angustiados em razão de sua cor ou sexo”.
As proibições ocorreram em 32 Estados americanos, afetando quatro milhões de crianças e jovens. De acordo com uma pesquisa da Associação Bibliotecária Americana (American Library Association, ALA), o número de livros censurados nos Estados Unidos atingiu a maior alta em 140 anos: 2.571 títulos foram vítimas de algum tipo de censura até 2022.
Entre os livros censurados incluem “Gênero Queer: Memórias”, de Maia Kobabe; “Nem Todos os Meninos são Azuis”, de George M. Johnson; “O Olho Mais Azul”, de Toni Morrison; “Lawn Boy” (“Menino jardineiro”), de Jonathan Evison; “O Sol é Para Todos”, de Harper Lee; e “Ratos e Homens”, de John Steinbeck.
De acordo com a presidente da ALA, Lessa Kanani’opua Pelayo-Lozada, “Em última análise, as tentativas de proibir livros são iniciativas para silenciar escritores que tiveram a imensa coragem de contar suas histórias”.
Ela prossegue: “Os americanos gostam da liberdade de expressão e de se envolver na expressão dos demais. Nós escolhemos os livros e as ideias com as quais queremos nos envolver, mas não podemos decidir o que os nossos vizinhos podem ler e pensar. Nós não podemos silenciar histórias de que não gostamos.”
Para a ALA, o objetivo da minoria de acabar com os livros infantis sobre temas importantes para crianças e jovens é “suprimir as vozes daqueles tradicionalmente excluídos do debate de nossa nação.”
Além disso, muitos autores e ilustradores de livros proibidos se manifestaram contra a censura. Eles afirmam que seu trabalho visa educar, informar e inspirar as crianças, não as doutrinar ou corrompê-las, e proteger o direito das crianças de ter acesso a ideias importantes, diferentes pontos e experiências, bem como desenvolver seu próprio pensamento crítico.