Mineração Imperialista

Caso Belo Sun: mineradora pode, garimpo não!

Gigantesco projeto de mineração imperialista não incomoda a imprensa e as ONG como os pequenos garimpos artesanais na região amazônica

A maior mina de ouro a céu aberto do mundo está prestes a ser instalada na região amazônica por uma empresa canadense sem que se presencie a já tradicional gritaria de Organizações Não Governamentais e das embaixadas estrangeiras, uma vez que não se trata de algum problema provocado pelos garimpeiros considerados ilegais.

No inicio do governo Lula, todos presenciaram a campanha que os garimpos na Amazônia estavam destruindo seus rios e colocando em risco a população indígena da região, ainda que existam mais de outros 30 milhões de brasileiros que habitam na região e usam esses mesmos rios.

Agora, o projeto Volta Grande de mineração da canadense Belo Sun Mining Ltda, do grupo Forbes & Manhattan, deve ocupar uma área de 2.000 ha de terras públicas cedidas pelo estado do Pará e vai provocar o deslocamento de mais de 800 famílias indígenas para o estado do Mato Grosso, segundo o Relatório “Mina de Sangue” realizado pelo departamento jurídico do Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

O projeto prevê o uso constante de explosivos para viabilizar a extração anual de cinco toneladas de ouro por 12 anos, a instalação de duas minas a céu aberto, barragem para armazenar rejeitos químicos de mineração, depósito de explosivo, aterro sanitário, estação de abastecimento de combustíveis, alojamento e estradas.

O relatório denuncia que a mineradora não realizou a consulta prévia, livre e informada com as comunidades indígenas impactadas, como previsto na Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e procurado constranger e calar discussões sobre o projeto.

A área do projeto é composta de terras concedidas pelo Incra em dezembro de 2021 e eram inicialmente destinadas à reforma agrária. Na época, o órgão tentou se defender dizendo que a mineradora iria assumir algumas obrigações de remessa de lucros para o Incra e suporte para os assentamentos ao redor.

Entretanto, a Apib declara que a ‘realização do projeto impede ao trânsito dos povos originários e tradicionais que viviam e usavam a área para caça, pesca, extrativismo e lazer. Afetando diretamente pelo menos cinco povos indígenas, além de vinte e cinco comunidades tradicionais ribeirinhas’.

O coordenador do departamento jurídico da Apib, e organizador do relatório, Maurício Terena, destacou que Belo Sun também praticou o abuso de poder econômico ao adquiri terras em lotes da reforma agrária ilegalmente. Além disso, ele declara que “Constantemente, a mineradora omite informações sobre os impactos reais que a mineração irá causar na região”.

O projeto do grupo canadense que é um banco de investimentos com foco em projetos internacionais de mineração foi apresentado em 2012. Desde então, existe uma batalha entre a mineradora com a apoio do governo do Estado do Pará e o Ministério Publico Federal pelas apresentações dos documentos e audiências com a população local.

Mesmo assim, percebesse que esse projeto estrangeiro grandioso não encontra a resistência dos jornais como Washington Post ou New York Times, ou dos dirigentes políticos imperialistas como Joe Biden ou Emmanuel Macron, ou mesmo das ONGs ambientalistas como a Greenpeace ou a World Widlife Fund. Uma postura bem diferente quando aos garimpos ditos “ilegais” ou a exploração do petróleo na Margem Equatorial e mais ainda a construção da hidrelétrica de Belo Monte à época do governo Dilma.

Essa postura acontece porque é um projeto que atende aos interesses de uma empresa imperialista. Um projeto que tem a ambição de extrair 60 toneladas de ouro para exportação e o envio dos lucros para os bancos canadenses deixando migalhas para o povo brasileiro.

É fundamental destacar que a região afetada está a menos de 10 km de distância da Usina de Belo Monte e, mesmo assim, vários personagens como artistas brasileiros e estrangeiros não se manifestaram contra o projeto da mineradora canadense, como o diretor de cinema do mesmo país, James Cameron.

Os rumos da Amazônia no quanto ela deve ser preservada e quanto deve alterada para atender as necessidades do povo brasileiro e principalmente das populações ribeirinhas e indígena é uma decisão nacional e não das ONGs e empresas estrangeiras. .

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