Os pseudo-filósofos no Brasil ficam dando 500 mil voltas ao mundo, vagando em reflexões abstratas do alto do Olimpo, se perguntando de onde vem o ódio das pessoas? Por que no mundo impera o ódio e não o amor? Ficam na pseudo-filosofia sobre ética e moral, como se esse fenômeno fosse fruto de aspectos estéticos e do “campo das ideias”. E até existem alguns em pleno século XXI que apelam a uma justificativa genética.
A Prefeitura de Campinas-SP, no melhor estilo nazista dos representantes da burguesia brasileira, deu uma resposta prática e muito pedagógica para nossos bem pensantes, que só não conseguirão enxergar o nascedouro do ódio das pessoas, se forem extremamente tapados.
As residências (se é que podemos chamar isso de residência) de 15m² para que morem famílias de até sete pessoas demonstram muito claramente porque o ódio está no ar no Brasil e no mundo. Além disso, as pessoas ainda terão que pagar para morar nesta porcaria!
Como é possível ser feliz e se contagiar pelo amor, em um mundo que te coloca para morar em localidades de características aproximadas a um campo de concentração da Alemanha Nazista? Como é possível ser feliz e contagiado pelo amor, em um país onde a única representação do Estado que chega no seu bairro, é a polícia para te espancar se você estiver na rua e tiver a cor da pele escura? Será que nossos pseudo-filósofos nunca se depararam com essa incógnita? No Brasil a esmagadora maioria da população sobrevive sob a mais completa condição de esmagamento, onde quase 50% da força de trabalho ativa se encontra em relações de trabalho informais, onde mais de 30% da população sobrevive com menos de um salário mínimo, onde mais de 70% ganham até três salários mínimos e onde mais de 70% da população se encontra endividada.