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Antipovo

Carnaval sustentável: campanha direitista contra a festa do povo

Direita inicia sua campanha contra festa popular: agora exige um "Carnaval sustentável"

Neste mês de fevereiro, inicia-se o Carnaval, a maior festa popular brasileira – e, com ele, também a campanha de ataques da direita. Em matéria da Folha de S. Paulo, o articulista Rodrigo Tavares defendeu que se realize um “Carnaval sustentável”, com emissão de carbono zero ao estilo do Adelaide Festival da Austrália.

Apenas colocar a tese defendida pelo cidadão é suficiente para mostrar que se trata de uma tentativa de subtrair o caráter popular da festa. O articulista ainda defendia que se mensurasse a emissão de carbono, como faz o Flow Festival finlandês, o que dá contornos especiais de chatice para a tese.

Outra preocupação dos ambientalistas antipovo é com a poluição. O lixo acumulado nas ruas durante o Carnaval, de repente, torna-se um problema de primeira ordem para essa turba. A alegria do povo não poderia ser pretexto para sujar as vielas da cidade, para maltratar o nosso tão amado planeta, dizem-nos!

Todavia, o lixo pode ser retirado, senão no dia seguinte, na semana seguinte. Os canudos de plásticos são distribuídos aos montes todos os dias, por que só virariam um problema no Carnaval? Carros e ônibus emitem todo tipo de gases possíveis e imagináveis. Será que só quando os trabalhadores vão às ruas tais gases passam a molestar a atmosfera?

Qualquer marxista sério sabe que o que está por trás da campanha pela “sustentabilidade” do Carnaval, por menos emissão de carbono, por mais ordem, mais regras, enfim, menos festa e “menos libertinagem” não é nenhuma preocupação séria com o meio ambiente. O Carnaval não agrupa um bando de madeireiros que saem destruindo árvores; finalmente, são apenas foliões e seu impacto para o meio ambiente é totalmente desprezível.

O que a Folha de S. Paulo quer ao transformar o Carnaval brasileiro em um Flow Festival finlandês é atacar a mobilização do povo. Finalmente, a burguesia teme todo tipo de manifestação da população: desde aquelas sem um caráter político evidente, como é o caso do Carnaval, até aquelas com reivindicações políticas direitas – estas, a burguesia teme ainda mais. E, ademais, os capitalistas temem inclusive aquelas mobilizações que eles podem controlar; neste sentido, há motivos para temer o Carnaval, visto que, por ser uma festa popular, escapa completamente do controle do grande capital financeiro.

E todo esforço que eles fazem é no sentido de estabelecer rédeas curtas para o Carnaval. A burguesia tem por objetivo diminuir o tamanho da festa, desagregar os foliões, retirar-lhes todo conteúdo político, etc. Como um dos meios de fazer isso, encontraram a luta em defesa do meio ambiente, que é capaz de cooptar a pequeno-burguesia: afinal, tem um caráter moralmente bom e é vazia de conteúdo político, tipicamente ao gosto para satisfazer o espírito do pequeno-burguês.

Nisso, a defesa do meio ambiente é usada para atacar o Carnaval. A “emissão de carbono”, o lixo na rua, a urina nos postes: tudo contribuiria para um mundo pior. No entanto, há de se perguntar: por qual motivo a Folha de S. Paulo, porta-voz dos capitalistas mais sanguinários, estaria preocupada com um “mundo melhor”? Quando se entende que por mundo melhor quer se dizer, na realidade, uma ausência de mobilização de quaisquer tipos, um fique em casa ad eternum, tudo faz bem mais sentido.

Tratando da questão do aspecto da ojeriza da burguesia ao Carnaval, na medida em que, pelas condições sociais, os capitalistas são levados a se opor a mobilizações populares de quaisquer tipos, pode-se citar também o papel da polícia. Serão 14 mil policiais militares nas ruas apenas em São Paulo para fazer a patrulha durante o Carnaval; além deles, a burguesia terá a sua disposição 160 não para defender o meio ambiente, mas para reprimir os foliões.

A indústria da multa também usará o evento para faturar com as blitz da Lei Seca. Finalmente, haverá todo um aparato estatal montado para reprimir o povo durante o Carnaval – por óbvio, insuficiente para impedir a maior festa popular do Brasil, mas essa insuficiência não se dá pela falta de vontade dos capitalistas, que lançam mão de todas as artimanhas possíveis para boicotar o evento. Será que alguém pode acreditar seriamente na preocupação desses senhores com o “carbono neutro”?

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