A deputada bolsonarista Carla Zambelli publicou, em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), uma imagem em que uma águia aparece prestes a agarrar um rato. Na ilustração, aparentemente gerada por inteligência artificial, a água tem asas que remetem à bandeira dos Estados Unidos e uma espécie de colete com a bandeira do Estado de Israel estampada. O rato, por sua vez, tem um colete com várias bombas e uma bandeira da Palestina.
A primeira coisa que chama a atenção é que o rato sequer representaria o Hamas – a brava organização guerrilheira que o imperialismo calunia -, mas sim a Palestina de conjunto. Para o autor, portanto, os palestinos todos seriam ratos e “terroristas”. Trata-se de uma ilustração que visivelmente procura justificar o extermínio de todo um povo – como bem faziam os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
A compartilhar a imagem, Carla Zambelli presta um enorme serviço revelando que o sionismo é a mesma coisa que o bolsonarismo: uma ideologia profundamente truculenta e repressiva. E que ambos, no final das contas, são admiradores dos métodos e da mentalidade daqueles que comandavam a Alemanha nas décadas de 1930 e 1940.
Outro aspecto que chama muito a atenção na imagem é que Zambelli não apenas defende o extermínio do povo palestino, mas defende que isso seja feito por meio de uma aliança entre o Estado de Israel e os Estados Unidos. Isto é, Zambelli está ao lado do país mais poderoso do mundo. Além de covarde, é uma posição completamente pró-imperialista. Ou melhor: uma posição de total subserviência aos donos da ordem mundial, que os próprios bolsonaristas chamam de “globalismo”.
Ao defender furiosamente os Estados Unidos e Israel contra os palestinos, Zambelli nos mostra o que é o bolsonarismo: não é nada de “patriotismo”, mas sim o rastejo perante os “globalistas”.