Em setembrom um processo de impeachment foi aberto contra o presidente Joe Biden. Este foi aprovado na Câmara na última quarta-feira (13). As denúncias de envolvimento em negócios “suspeitos” do filho Hunter remontam ao período em que Biden era vice de Obama. Entre as atividades que levantaram suspeita se destaca a atuação de Hunter como conselheiro da Burisma Holdings entre 2014 e 2019 na Ucrânia pós-golpe. O grupo de empresas de exploração de gás natural e produção de energia foi dissolvido em 2023. O uso da posição política do pai para obter “vantagens financeiras” é um dos pontos da denúncia mais repercutidos.
Um exemplo concreto apontado no processo seria a pressão exercida por Biden pela demissão do promotor ucraniano Viktor Shokin com o objetivo de encerrar uma investigação em curso contra o ex-proprietário da Burisma Holdings. Mas é bastante óbvio que o objetivo dos republicanos não é combater a corrupção sob a qual o governo dos Estados Unidos atua mundo afora. Nesse sentido, a atuação de Biden e seu filho não destoam do funcionamento regular do sistema político norte-americano. A disputa em torno do impeachment está claramente ligada às eleições presidenciais de 2024.
O que chama muito a atenção é o nível do vale-tudo que se instaurou naquela que é propagandeada como exemplo de “democracia” para o resto do mundo. Já é o segundo mandato presidencial seguido que é confrontado com pedidos de impeachment em meio à disputa presidencial. Donald Trump, que não conseguiu se reeleger, sofreu dois processos do tipo. E a estratégia dos republicanos parece ser dar o troco aos democratas nas próximas eleições.
Segundo divulgado no site da CNBC, “os investigadores do Congresso tiveram acesso a quase 40 mil páginas de registros bancários intimados e dezenas de horas de depoimentos de testemunhas importantes, incluindo vários funcionários de alto escalão do Departamento de Justiça que estão atualmente encarregados de investigar o filho do presidente, Hunter Biden”. Achando implicações para o presidente ou não, o fato é que esse tipo de investigação tem o potencial de desgastar qualquer governo. E o atual não precisa de muita ajuda para isso, pois vem saltando de crise em crise desde que começou, dentre os quais podemos citar Afeganistão, Ucrânia e agora Palestina.
Genocide Joe
O apelido de “genocide Joe” (“Joe genocida”) se tornou mais um grito popular contra o governo de Biden, desta vez por conta do pesado financiamento ao genocídio operado por “Israel” na Palestina. Além de caráter humanitário dos protestos, a população norte-americana observa o financiamento de mais uma aventura militar ao custo das próprias condições de vida. O financiamento a “Israel” se sobrepõe ao financiamento que se arrasta há quase dois anos na Ucrânia. Em um contexto de estabilidade, a ação monstruosa do governo dos Estados Unidos poderia até passar batido internamente, mas a burguesia imperialista não consegue dar uma resposta econômica suficiente à atual etapa da crise capitalista, que se inaugurou ainda em 2008.
Enquanto membros do governo Biden aparecem timidamente tentando convencer “Israel” a matar os palestinos de forma mais discreta, o apoio econômico, político e militar não sofre o mínimo abalo. Diante da já instaurada crise no regime político dos Estados Unidos, o morticínio de milhares de civis, incluindo milhares de crianças, já está contribuindo para a crescente impopularidade de Biden. Ainda em relação à Palestina, a potencial perda de controle sobre o Oriente Médio que pode ocorrer diante do nível da barbárie sionista também estremece o cenário político norte-americano.
