Em Maceió, a mina 18, localizada sob a lagoa de Mundaú, desabou no último dia 10 de dezembro, causando prejuízo para os pescadores e perdas para a fauna, e a flora da região.
A Brasken, dona da mina, foi a responsável pelo colapso, desta e também de outras minas, correm risco de desabamentos semelhantes.
A lagoa do Mundaú é o local de onde tira o seu sustento centenas de pescadores e marisqueiros e do entorno da lagoa, atingindo os trabalhadores de Maceió e de municípios vizinhos.
Muitos pescadores e marisqueiros encontram-se desde o dia 10 proibidos de entrar na lagoa para obter o seu sustento. De acordo com depoimento de pescadores, o melhor ponto para pesca era justamente o entorno do local que desabou e agora, só conseguem pescar em locais onde sabem que não se pega quase nada e onde os mariscos e frutos do mar são espécies de pouco ou nenhum valor para venda.
Como sempre acontece com a crise provocada pela Brasken, prefeitura, estado e mesmo o governo federal dizem que estão ajudando, e monitorando a situação, o que para os trabalhadores que sobrevivem da pesca não significa nada. No final das contas, continuam sem conseguir trabalhar, ganhar dinheiro e sem meios de subsistência.
Os pescadores dizem que estão aguardando a chegada do pagamento de 2 salários mínimos prometidos pelo governo federal, enquanto a Brasken e o poder público só observam o drama da população atingida.
Os moradores de Brumadinho e Mariana estão até hoje a ver navios passados quase uma década do crime da Vale do Rio Doce.
O mesmo deve ocorrer com os moradores e trabalhadores de Maceió, expulsos de suas casas e sem seus meios de subsistência.
Como referido em outra matéria desse Diário, a exploração de Sal Gema estava sendo feita desde os anos 70, quando a região já era habitada há dezenas de anos, ou seja, foi um crime premeditado contra a população de Maceió.
O lucro a qualquer custo e o desprezo pela vida dos trabalhadores é a pedra angular do sistema capitalista. Da mesma forma que não se importam em bombardear recém-nascidos, crianças e mulheres na Palestina, não se importam em colocar a vida das pessoas em risco em empreendimentos que de antemão já se sabem danosos para a geografia do local. Os trabalhadores da capital alagoana devem se mobilizar e pressionar as autoridades por uma solução para o problema criado pela Brasken e pela indifederença dos governos.