Após a Organização das Nações Unidas vetar a proposta russa para a resolução do conflito entre israelenses e palestinos, o governo brasileiro apresentou a sua proposta no fórum controlado pelos países imperialistas. A proposta é uma lástima.
Entre outras barbaridades, o texto “condena veementemente toda violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo” e “rejeita inequivocamente e condena os ataques terroristas atrozes do Hamas que ocorreram em Israel a partir de 7 de outubro de 2023 e a tomada de reféns civis”. Ou seja, trata-se de uma resolução para condenar a ação defensiva do Hamas.
A proposta de resolução complementa a declaração dada por Lula logo após os ataques de 7 de outubro, quando o presidente classificou a ação do Hamas de “terrorismo”.
Não há outra conclusão a ser tirada neste caso: o Brasil está servindo como peão no jogo do imperialismo norte-americano no caso do conflito entre palestinos e sionistas. O governo Lula está fazendo exatamente o oposto do que vinha fazendo no período anterior, quando atacou uma série de mazelas do imperialismo e se alinhou explicitamente à China e à Rússia. Na prática, é como se o Brasil estivesse pegando tudo o que fez ao se recusar a enviar armas para a Ucrânia e ao promover os acordos em yuan e jogando na lata do lixo ao se aliar a um dos maiores crimes da história que é a matança promovida por Israel.
Falar de terrorismo na Palestina é uma verdadeira canalhice. O que há é um povo sofrendo um processo de genocídio – ou, até, de limpeza étnica – reagindo de maneira infinitamente menos violenta que a forma como é pisoteado. A esquerda e todos os povos do mundo devem prestar apoio incondicional ao Hamas e à Palestina.