A candidatura de Javeir Milei já atingiu o seu teto? Para Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), não. Em sua participação tradicional no programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária, Pimenta destacou que a terceira colocada nas eleições argentinas, Patricia Bullrich, da chamada direita macrista, que teve 23,83%, já assinalou que não irá apoiar o peronista Sergio Massa. Isto indica, portanto, que o imperialismo deverá fazer um esforço para favorecer Milei no segundo turno.
Um dos assuntos mais comentados sobre a eleição argentina é a suposta interferência do presidente Lula em apoio a Sergio Massa. Segundo a imprensa, Lula teria orientado o candidato peronista a “parar de contar dólares” e se valer da máquina pública para conseguir forjar um apoio eleitoral. Para Pimenta, a influência brasileira é real. A realidade estaria mostrando que há um plano do governo Lula para favorecer a candidatura peronista.
Saindo da Argentina, o programa passou a discutir a chamada transição energética. Para o presidente do PCO, trata-se de uma política que poderá causar um estrago na indústria metalúrgica brasileira, levando a milhares de demissões. Em seguida, Rui Pimenta comentou sobre o recente escândalo envolvendo a espionagem de quase duas mil pessoas pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Para Pimenta, as investigações não vão chegar ao mandante, pois se tratam apenas de uma operação política. O presidente do PCO também assinalou que esse tipo de atuação é corriqueiro por parte da ABIN, e que o seu Partido tem sido vítima de atividades de espionagem desde a ditadura militar.
O presidente do PCO foi também questionado sobre o jovem que matou uma colega e feriu outras duas com uma arma de fogo em sua escola. Pimenta refutou a tese de que o problema seria o incentivo à compra de armas de fogo feito por parte da extrema-direita, mas sim que se tratava de um problema social. O próprio advogado do jovem afirmou que ele havia agido por ser constantemente maltratado supostamente por ser homossexual.
A metade final do programa foi dedicado à discussão da Palestina. Rui Pimenta afirmou que o Brasil deveria romper com o Estado de Israel. “Se vários países rompessem com Estado de Israel, seria uma medida diplomática para intimidar a fúria sionista contra a população civil”. “Isso é criminoso, genocida”, afirmou Rui sobre Israel. O presidente do PCO ainda caracterizou como “reacionária” a posição do governo brasileiro.
Segundo Pimenta, “o governo brasileiro está montando a sua diplomacia sobre a base de uma mentira”. Isto é, está se valendo das informações difundidas pela imprensa capitalista e pelos serviços de inteligência israelenses para levar adiante um apolítica de cumplicidade com o Estado nazista de Israel. “Vai vir à tona que é uma mentira. E o banho de sangue de Israel vai ser muito pior. Quem não falar agora que é mentira, vai ser cúmplice do que está acontecendo lá”.
