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Valéria Guerra

Jornalista (UMESP), historiadora, atriz com DRT-RJ, escritora, colunista do 247, PCO, e do meu site (https://guerraluz.prosaeverso.net/); mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação; professora do Estado do RJ na cadeira de biologia, poetisa e ativista contra a desigualdade no Brasil e no mundo.

Indústria da morte

Brasil, como vai você? Cap. 2

Aa entrelinhas da política e o extermínio

Francisco Sá, jornalista, abolicionista, engenheiro, senador, deputado, Ministro da Viação e obras públicas nos governos de Nilo Peçanha e Artur Bernardes teve sua atuação na política, de forma ímpar.

Fragmento: “Francisco Sá nasceu em 14 de setembro de 1862, viveu toda a sua infância na Fazenda Brejo de Santo André, filho de Francisco José de Sá Filho e de Agustinha Josefina Vieira Machado dos Santos Sá. Aos 12 anos, partiu com sua mãe e irmãos, montados no lombo de cavalos, com destino à Diamantina, onde encontraria consolo nos braços do avô materno, já que seu pai falecera aos 36 anos 1868.

Foi estudante do Seminário Episcopal de Diamantina onde, juntamente com outros colegas republicanos, lançou o jornal estudantil A Ideia Nova. Iniciou o curso de engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1880, entretanto transferiu-se para a Escola de Minas de Ouro Preto já em 1881, tendo concluído o curso em 1884.

Casou-se com Olga Nogueira Pinto Accioli, com a qual, teve 10 (dez) filhos, Francisco Sá faleceu em 23 de abril de 1936, foi um grande engenheiro, jornalista e político brasileiro, sendo deputado provincial, ministro de Viação e Obras Públicas e da Agricultura, Indústria e Comércio em governos distintos. Foi também deputado geral, deputado federal e senador de 1906 a 1927.

Há muito Diamantina homenageou este grande homem, eternizando o seu nome na Avenida Francisco Sá, extensa rua que dá acesso ao Centro Histórico da Cidade. Nesta avenida está instalado o busto do saudoso Francisco Sá, outrora fixado no Largo Dom João.

Apesar de sua descendência, pois era filho de José de Sá Filho, que fora um rico fazendeiro, na realidade pai e filho aqui citados foram respectivamente em minha linha de ascendência: tio-bisavô, e tataravô, por parte de meu avô materno: Carlos Sá. Dito isso quero aqui registrar que Francisco Sá realizou inúmeros discursos inflamados a favor da igualdade, e isso, com certeza herdou de seu pai, que mantinha em sua Fazenda do Brejo das Almas, em Minas Gerais uma biblioteca vasta, que ele permitia (ser consultada) por seus escravos, que na realidade, (meu tataravô) já havia libertado e até alfabetizado. Tais ações, em uma ocasião inusitada, quase o levaram ao cárcere.

A fonte histórica nos lega: “http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=312670&search=minas-gerais|francisco-sa|infograficos:-historico

A atuação política advém de um bom caráter, e de um perfil comprometido com ética e humanismo intrínseco; que em sua melhor dose pode tornar o ser humano: um tirano ou um democrata. As decisões “de verdade” tomadas na esfera da política partidária ocorrem nas entrelinhas, raramente para o bem comum, e normalmente dentro dos caóticos bastidores do egoísmo.

A conclusão da narrativa do fato ocorrido com meu tataravô em sua fazenda do Brejo das Almas de Santo André em Minas Gerais teve um desfecho sui generis: os homens destacados pelo governo imperial, fadigados e famintos pela intensa caminhada até a fazenda, foram convidados por este meu ente, a tomar banho, jantar e dormir no local, naquela data.

E o curioso é que todos eles diziam não entender o motivo de se querer prender um ser humano íntegro e polido, só por ele ser um abolicionista. Conclusão, no dia seguinte tais “soldados” voltaram ao ponto de origem de mãos vazias…

E de mãos vazias continua o nosso povo que além da dificuldade secular em relação a escassez, continua sendo morto nas comunidades, impiedosamente. É interessante como o sistema senhorial e patriarcal, se sustenta nas pernas imperiosas, através de um vício colonial de dominar, e sucatear gente.

A Imprensa de cativeiro divulgou a morte de 10 pessoas, mas na verdade feneceram mais de trinta criaturas, em São Paulo, no que podemos chamar de chacina. A política é de extermínio, e o sustentáculo desses sangrentos episódios vocifera em discursos de parlamentares, como vemos em trechos, como a seguir advindo de uma deputada: “E, com certeza, essas dez mortes, desculpe aqui, são de pessoas que mereceram, porque a polícia, com certeza, não mata à toa. Mata por necessidade. Para salvar o cidadão de bem ou para salvar a própria vida. Se é necessário matar dez pessoas para chegar até uma pessoa que matou um policial, que seja”, disse, durante reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado”.

Além disso tudo, infelizmente o fuzil do SALÁRIO MÍNIMO também continua matando vidas e sonhos.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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