Mostrando todo seu lado direitista, Boulos procura fechar uma frente ampla com a burguesia para ser o candidato à prefeitura de São Paulo em 2024. Em entrevista ao Esfera Brasil, grupo que reúne empresários de diversos setores, o psolista afirma que será o concorrente pelo Psol, mas que não será o candidato de um partido só e sim de ampla “frente progressista”.
“Espero ser o candidato de uma frente com PT, PCdoB, PV, Rede, PDT e, eventualmente, com outros partidos que podem se somar”, afirmou o deputado. Ele enfatizou seu desejo de liderar uma “frente progressista” que reúna diferentes legendas em torno de um projeto comum.”
Apesar de alguns setores do PT, estarem dispostos a capitular e levar adiante um suposto acordo que teria sido feito antes das últimas eleições para que Boulos abdicasse de sua candidatura ao governo para apoiar o concorrente do PT, o psolista tem enfrentado muita resistência entre as lideranças, filiados, militantes e parlamentares do Partido do Trabalhadores dentro e fora de São Paulo a prefeitura da cidade.
Mas afinal, essa política de conciliação de classe, de frente ampla com a direita, não era exatamente o que o Psol criticava no PT e tanto odiava? Neste caso, deve se valer aquela máxima: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Ou seja, quando se trata de atacar o PT e se mostrarem os grandes radicais da esquerda, a tal conciliação de classe e aliança com a burguesia não pode. Quando cargos estão ao alcance, vale tudo, até mesmo apoio de fascistas como Datena.
A situação, porém, é bem clara: entre Lula e Boulos, existe uma gigante diferença. O primeiro é uma verdadeira liderança, ligado aos trabalhadores e os movimentos sindicais, surgido da mobilização operária e de massas, com ampla base eleitoral e com um partido verdadeiramente grande. O segundo é apenas um indivíduo que se diz de esquerda, que finge ligação com os movimentos populares, em um partido pequeno em relação ao PT.
Sendo assim, Lula, ao contrário de Boulos, tem poder e envergadura, e consegue colocar um setor da burguesia a seu reboque. Boulos vai pelo outro lado, para chegar a algum lugar tem que se submeter completamente aos interesses da classe dominante, tem que se mostrar um claro direitista para ser impulsionado pela imprensa golpista e os partidos direitista que ele tanto quer unir à esquerda.
Boulos é parte de um fenômeno global que resultou na tragédia “Boric” no Chile, a quem inclusive se associou durante a eleição chilena, tendo à época viajado ao país para parabenizar pessoalmente o então novo presidente chileno. Hoje, fica nítido do que se trata essa nova esquerda pró-imperialista, submissa aos Estados Unidos e a Europa em especial.
Tanto Boric quanto Boulos já fizeram ataques à Venezuela, Cuba e Nicarágua, países que são os maiores inimigos do imperialismo na América Latina, sendo instrumentos para a ditadura global se intrometer dentro do campo político com autoridade política sobre a população, para confundir o povo e facilitar o trabalho de devastação nacional impulsionado pelos setores mais poderosos da burguesia mundial. São, portanto, inimigos dos trabalhadores.


