Integração regional

BNDES financiará construção de gasoduto entre Argentina e Brasil

Presidente Lula fez o anúncio durante cúpula da Celac

O presidente Lula anunciou nessa segunda-feira, dia 23 de janeiro, que o BNDES auxiliará na construção de um gasoduto que irá ligar o Brasil à Argentina. Assim como fez em seus outros governos, Lula tem a política de desenvolver a infraestrutura dos países da América Latina, o que é positivo e progressista do ponto de vista de uma política nacionalista, na medida que os torna relativamente mais independentes do imperialismo.

Lula disse o seguinte, durante discurso inicial na cúpula da Celac: “O orgulho que eu tinha quando a gente podia financiar uma obra num país da América do Sul(…), porque é isso que os países maiores têm que fazer, auxiliar os países com menos condições em determinados momentos históricos”.

No entanto, por conta dessa relativa independência para com o imperialismo, tal política é brutalmente atacada pelo capital financeiro e por sua imprensa capacho. Mal anunciou que iria utilizar o BNDES para financiar projetos em comum com outras nações atrasadas da região, já surgiram críticas de todos os setores “bem pensantes”: seria uma espécie de bom-mocismo, uma ajuda a “ditaduras de esquerda” em detrimento do Brasil para os setores mais reacionários e coisas desse gênero.

Toda essa campanha fortemente organizada vem do imperialismo, que não quer perder seu controle sobre os países latino-americanos e deseja mantê-los em um estágio de semicolônia. O interesse dos Estados Unidos, particularmente, é muito evidente: caso os países atrasados da América Latina, isto é, de seu quintal, desenvolvam obras de infraestrutura, estarão menos dependentes da energia elétrica e do gás, por exemplo, que lhes são vendidos pelos norte-americanos.

E, para piorar a situação, as obras de infraestrutura são feitas através do dinheiro emprestado por um país da própria América Latina, sem interferência direta dos EUA, que se alça à posição de potência regional e se apresenta como um rival com os Estados Unidos em influência e em poder sobre os países latino-americanos. Enfim, por todos os aspectos que se olhe a questão, o financiamento de obras na Argentina pelo governo brasileiro não agrada o imperialismo.

Tal financiamento ajudaria no desenvolvimento da infraestrutura argentina, portanto levaria a uma relativa soberania em relação ao Estados Unidos; teria como desenlace um fortalecimento da integração entre Argentina e Brasil, levando o país a consolidar ainda mais sua condição de potência regional – vale lembrar o quanto este tipo de país é uma pedra no sapato do imperialismo, vide a Rússia na Europa Oriental e na Ásia; e, por fim, auxiliaria a integrar econômica e socialmente a América Latina. Pode-se concluir que vai contra a tendência dos últimos anos de completo servilismo diante do imperialismo e de falta de integração latino-americana.

Mas e para o Brasil? Tais acordos são positivos? Em primeiro lugar, esta é uma maneira de pensar relativamente confusa. Não é uma política ideal se formos partir de um princípio socialista e revolucionária, pois o BNDES financia grandes empresários para que eles realizem as obras (deveria financiar os pequenos empresários que necessitam do governo, enquanto os grandes empreendimentos deveriam ser executados pelo Estado). Mas do ponto de vista de uma política nacionalista e reformista, como é a de Lula e dos demais governos de esquerda da região, é algo positivo. Além disso, em termos de gastos do Estado, não é nada se comparado ao quanto o Brasil perde para a dívida pública e para os banqueiros, os quais os trabalhadores não veem um tostão.

A direita ligada ao imperialismo, não é de hoje, ataca iniciativas industrializantes e progressistas de Lula, mesmo que insuficientes. Para os capachos do imperialismo, o BNDES, apesar de ser uma instituição capitalista, deveria ser brutalmente modificado. Não aceitam as obras do porto de Mariel, em Cuba, pois Lula teria “financiado a ditadura dos Castro”. Não aceitam as obras do metrô de Caracas, pois aquilo teria sido o “financiamento do narcochavismo”. E agora a direita já se levanta contra o possível financiamento do gasoduto argentino, uma vez que, segundo eles, o país estaria “quebrado pelo peronismo”.

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