Oriente Médio

Bloqueio no Mar Vermelho e a possível crise no Mediterrâneo

O bloqueio imposto pelos iemenitas é uma poderosa ferramenta contra o imperialismo, e pode se expandir para o Mediterrâneo

Desde a intensificação da agressão da entidade sionista contra os palestinos, principalmente na Faixa de Gaza, um único governo árabe declarou guerra e tem tomado medidas enérgicas contra “Israel”, o governo iemenita de Ansar Alá.

Num primeiro momento, suas principais atividades se resumiam ao lançamento de foguetes e drones contra a cidade de Eilat, um dos três principais portos israelenses. No entanto, devido à sabotagem promovida pelos governos jordaniano e saudita, que abateram diversos dos projéteis iemenitas lançados contra “Israel”, os iemenitas partiram para um bloqueio total do estreito de Bab-el-Mandeb para navios ligados aos sionistas.

Ou seja, com os navios ligados aos israelenses banidos do Mar Vermelho, estes devem dar a volta no continente africano a fim de alcançar o Mar Mediterrâneo em vez de passar pelo Canal de Suez ou aportar em Eilat. Importante dizer que o bloqueio não se estende a navios capitaneados por países próximos ao Eixo da Resistência, como a Rússia, e que navios militares na região ignoraram pedidos de ajuda de navios ligados aos “israelenses” atacados pelos iemenitas.

A questão é fundamental para o imperialismo, que cogita intervir no Mar Vermelho para desfazer o bloqueio iemenita por meio de uma coalizão de países europeus e o Barém. Verdade seja dita, tanto a Arábia Saudita quanto os Emirados Árabes Unidos foram convidados a compor a coalizão, mas ambos se recusaram.

Vale lembrar que o Iêmen venceu uma guerra de quase 10 anos contra a coalizão pró-imperialista capitaneada pelas monarquias do Golfo, e que, além disso, ameaçou os sauditas e os emiradenses de bombardear seus campos de petróleo caso interviessem no bloqueio marítimo. Quanto ao Barém, protestos contra a participação na coalizão pró-sionista começaram dentro do país; os iemenitas, em anúncio, pediram à população do pequeno reino que derrubassem o Rei Hamade.

Os norte-americanos anunciaram que enviariam três destróiers e os canadenses que enviaram três oficiais. Quantos aos países europeus, a realidade é que estes não tem condições de intervir. O Reino Unido enviaria um único destróier ao Mar Vermelho. A Itália anunciou que enviaria uma fragata, sem pessoal. O mesmo foi anunciado pela Holanda. Ou seja, a tal coalizão nem saiu do chão e já é um completo fracasso.

Por outro lado, se a operação da resistência islâmica iraquiana no Mar Mediterrâneo (bombardearam uma plataforma de petróleo israelense) e os anúncios dos iranianos acerca da possibilidade de bloqueios ali servem de parâmetro, a crise econômica israelense se acentuaria. Vale lembrar também que os iranianos já expulsaram o imperialismo do Golfo Pérsico devido ao alcance de seus mísseis.

A outra possibilidade que os norte-americanos teriam para lidar com o bloqueio iemenita, que só será levantado com o fim da agressão sionista contra os palestinos na Faixa de Gaza, seria invadir o Iêmen e derrotar Ansar Alá no chão. Tendo em conta as eleições norte-americanas do próximo ano e a derrota recente no Afeganistão, é muito difícil que o imperialismo tome tal atitude. O interessante é que é este o desejo dos iemenitas, como colocou Abdul-Malik al-Houthi, líder do movimento, no seu último pronunciamento.

Que o bloqueio imposto do Mar Vermelho será um dos ingredientes-chave para a derrota do exército “israelense” em Gaza, não há dúvidas.

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