Segundo o relatório de Cuba sobre a resolução 75/289 da Assembleia Geral das Nações Unidas, intitulada “necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, apresentado em 2022, o embargo norte-americano à ilha já custou um prejuízo de 154 bilhões de dólares. Esses custos, demonstrados minuciosamente, dizem respeito apenas ao prejuízo imediato causado pelo embargo, relacionados, por exemplo, às complexas operações cambiais. Não levam em conta, portanto, todo o potencial de desenvolvimento que foi desperdiçado, causando um prejuízo incalculável.
Entre as muitas consequências do bloqueio, está o fato de que os representantes cubanos não podem participar das conferências internacionais realizadas por videochamada. Afinal, o bloqueio proíbe que a ilha utilize programas de chamada como o Zoom Meetings, o que se tornou um verdadeiro impeditivo para a participação cubana. Nem mesmo a pandemia de coronavírus serviu de motivo para que o bloqueio fosse aliviado.
Em duas passagens importantes do relatório, é tratado o bloqueio de Cuba às plataformas de videochamada. A primeira delas relaciona o problema com o debate científico sobre a pandemia e outros encontros educacionais:
Em plena pandemia de COVID-19, o ensino superior utilizou a telepresença como forma de desenvolver e participar em eventos e conferências científicas. O bloqueio impede Cuba de acessar vários dos principais servidores de videoconferência existentes atualmente, como Zoom, Skype e Cisco. Como consequência, em abril de 2021 a Universidade de Ciências Informáticas (UCI) não pôde participar no Encontro Regional Virtual da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (IASP), pelo fato de o evento ter sido realizado através da Plataforma Zoom. Pelos mesmos motivos, no período analisado, foi inviabilizada a participação de docentes e especialistas em inúmeros eventos virtuais.
A segunda destaca o prejuízo do ponto de vista diplomático:
Este setor também foi afetado pelas restrições impostas ao acesso de Cuba às plataformas digitais Zoom, Cisco Webex, Interprefy, entre outras, impedindo a participação em igualdade de condições de representantes cubanos em inúmeros eventos internacionais organizados na modalidade virtual.
O bloqueio à Cuba, estabelecido hoje em mais de 350 medidas e em seis leis aprovadas desde a década de 1960, é o principal responsável pelos problemas econômicos e sociais de Cuba. Neste sentido, é preciso pedir já o fim de todo o embargo do imperialismo norte-americano à ilha.