Nesta segunda-feira (3), ocorreu, ao vivo no canal do Diário Causa Operária e, simultaneamente, no canal Arte da Guerra, o programa Análise Internacional. Trata-se da mais quente mesa redonda a respeito de política internacional de toda a Internet. No último programa, participaram do debate Rui Costa Pimenta, comandante Robinson Farinazzo, João Pimenta e Eduardo Vasco.
O primeiro tema a ser abordado no programa foi a questão da ameaça de prisão de Donald Trump. Trump está sendo acusado de ter pago propina para a atriz pornográfica Stormy Daniels para que ela não revelasse que fizeram sexo. O caso ocorreu em 2016, antes da campanha eleitoral presidencial dos EUA.
Sobre o assunto, o presidente nacional do PCO falou que ele via todo esse escândalo como um tiro que poderia sair pela culatra. Por causa disso é que o caso está sendo tratado com bastante cuidado, procurando não dar a aparência de que Trump estaria sendo vítima de perseguição. No entanto, a acusação contra o ex-presidente é muito fraca e a tendência é que a prisão até aumente a sua votação. Portanto, fica evidente que a perseguição contra Trump é um ato de desespero do imperialismo norte-americano.
Além disso, Rui também destacou haver uma confusão muito grande na esquerda, que acusa Trump de ser um candidato pior do que Biden para a presidência dos Estados Unidos. No entanto, está evidente que Biden tem uma política muito mais agressiva contra os países atrasados e que está muito mais alinhado com os interesses diretos do imperialismo norte-americano. Ainda que Trump tenha um discurso direitista e atitudes pessoais com as quais não é possível concordar, Biden já demonstrou ser uma ameaça para o mundo inteiro. Trump, durante seu mandato, matou um comandante iraniano, uma ação quase inócua, se comparada com o que Biden fez, que foi armar uma guerra na Ucrânia que está derretendo a economia de todos os principais países da Europa.
O comandante Robinson Farinazzo comentou, sobre a questão, e acredita que a política de um eventual segundo mandato de Donald Trump teria um enfoque bastante diferente da de Biden, no que diz respeito à política internacional. Para Farinazzo, Trump nunca continuaria a guerra com a Rússia e procuraria mudar o foco da ofensiva para China e Irã. Além disso, o Comandante também destaca a dificuldade do imperialismo, que não pode deixar Trump solto, pois ele ganharia a eleição, mas também não pode prendê-lo devido às possíveis consequências políticas.
Outro tema abordado foi a desdolarização das relações comerciais entre Brasil e China. Os dois países fizeram um acordo de que não irão mais usar o dólar para suas transações, mas utilizarão suas moedas locais – o Real e o Iuan.
Sobre o tema, Eduardo Vasco destacou a fala do senador norte-americano, Marco Rubio, que afirmou que se, por acaso, o dólar não fosse mais utilizado nas transações dos países do mundo, seria impossível para o imperialismo impor as sanções aos países que contrariam seus interesses.
Sobre isso, o Comandante Farinazzo disse que foi um “golaço” de Brasil e China. A explicação segue falando que essa desdolarização se dá simultaneamente a outros acontecimentos, como o corte na produção de petróleo por parte dos sauditas. Também destaca que isso é uma grande saída para o Brasil e um caminho importante que pode gerar muitas oportunidades econômicas para o Brasil.
Por fim, o Comandante conclui que, no mundo dominado pelos EUA, é impossível o Brasil sair do atraso e esse novo acordo com a China já é um começo. Nesse sentido, Farinazzo diz que vivemos um momento histórico e a história está se desenvolvendo de forma muito rápida diante de nós.
Sobre esse tema, Rui Costa Pimenta destacou que se trata de uma situação extraordinária e concorda com o comandante de que se trata de um momento histórico. O gradual fim da utilização do dólar como moeda única mundial significa a destruição do domínio dos Estados Unidos sobre o mercado mundial. Seria a primeira vez desde que a Inglaterra desponta como a principal potência capitalista que o mundo estaria sem um “dono”. Se os EUA perdessem o posto de donos do mundo, não haveria outro país capaz de tomar o seu lugar.
A diminuição da produção do petróleo por parte da OPEP, contra a vontade do imperialismo norte-americano, também foi algo discutido durante o programa. O comandante Robinson Farinazzo, em sua explicação, fez uma retrospectiva de como as relações entre Estados Unidos e Arábia Saudita vêm se deteriorando ao longo dos últimos anos, culminando nessa decisão do último domingo. A respeito disso, Rui Pimenta destacou que não é coincidência que, poucas semanas atrás, a Arábia Saudita e o Irã reataram laços com patrocínio do governo chinês. É mais uma evidência de que está em formação um grande bloco econômico de países que irão se contrapor aos interesses dos norte-americanos, com a participação, inclusive, do Brasil.
Diversos outros temas foram abordados, como a visita de Rafael Correa ao Brasil, a questão da Avibras e muito mais. Para acompanhar o programa ena íntegra, basta acessar o vídeo abaixo: