Foi confirmado pela Casa Branca nessa terça (16) que o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, adiou suas visitas à Papua Nova Guiné e à Austrália, em razão das negociações do teto da dívida norte americana, que vêm ocorrendo no Congresso.
O presidente iria à Austrália a fim de participar de uma reunião do QUAD (Quadrilateral Security Dialogue), grupo integrado pelos EUA, Japão, Austrália e Índia com a finalidade de combater a crescente presença da China na região do Indo-Pacífico.
Por sua vez, a visita à Papua Nova Guiné visava à assinatura de um acordo estratégico com a Micronésia, além da reunião com 18 líderes de ilhas do pacífico.
Em suma, as visitas de Biden aos países citados acima diziam respeito ao crescente enfrentamento com a China, contradição esta que possui um caráter fundamental na estratégia da dominação imperialista mundial.
Contudo, o presidente norte americano teve de cancelá-las para focar no impasse do teto da dívida dos EUA, o que demonstra o quão grave é esta situação.
Mas o que é o teto da dívida? É o máximo de crédito que o governo federal dos EUA pode pegar emprestado para financiar obrigações aprovadas por congressistas e presidentes, tendo em vista os déficits no orçamento e o fato de as receitas coletadas pelo governo nunca serem suficientes. Embora tenha sido criado originalmente para facilitar empréstimos por parte do governo, vem se tornando uma ferramenta restritiva.
Atualmente, o teto é de US$ 31,4 trilhões, o que supera o PIB de vários de países juntos. Contudo, com o receio de que o governo americano dê um calote em seus credores, discussões acaloradas sobre o aumento do teto vêm ocorrendo no Congresso, pois o calote poderia gerar uma grave crise, afetando os pagamentos da Seguridade Social, dos benefícios de veteranos, dos salários de empregados, os financiamentos militares, dentre outras obrigações. Isto apenas no cenário interno.
No cenário externo, o calote poderia gerar um caos no mercado financeiro global, tendo em vista a dolarização da economia mundial. Não é coincidência o movimento crescente de inúmeros países oprimidos pelo imperialismo no sentido de se desvincular do dólar, e passarem a fazer transações comerciais em suas respectivas moedas.
Assim, em face da gravidade da situação interna da dívida norte americana, Biden resolveu adiar suas visitas à Austrália e Papua Nova Guiné.
Contudo, o presidente ainda irá ao Japão, para a cúpula do G7.