O Coletivo dos trabalhadores do Banco Brasil, uma instância que é parte da estrutura do Sindicato dos Bancários de Brasília, deliberou para o próximo dia 11 de setembro uma manifestação na Praça do Cebolão, tradicional local das reuniões, assembleias, atos, etc. dos bancários da cidade, contra mais uma medida da direção da instituição que visa estabelecer mais um instrumento de pressão sobre os trabalhadores para que aumentem a sua produtividade para o atingimento de metas de vendas de produtos bancários.
Trata-se do “#jogajuntoBB”, cujo o objetivo é de criar dispositivos de reconhecimento como indicador de desempenho. Entre esses objetivos destacam-se: “impulsionar os funcionários a níveis mais altos de desempenho no trabalho” e “buscar o engajamento de forma que os funcionários se identifiquem e se sintam reconhecidos”. Para os trabalhadores, esse dispositivo, que agora o banco introduz nos setores administrativos e de tecnologia, se trata de mais uma ferramenta utilizada pelo banco como instrumento de controle de produtividade.
Para a direção do BB o “Joga Junto” é uma plataforma para “trazer objetividade ao PDG (Plano de Gratificação Financeira) de forma lúdica e espontânea”. A atual direção do banco quer, através de uma “nova” forma (um “jogo” ou jeito “lúdico”) que os seus funcionários sejam pressionados a cumprir metas.
Porém, o instrumento de avaliação de desempenho foi criado imediatamente após um programa de reestruturação de cargos e salários, quando a direção do banco estava sob o comando do governo Bolsonaro, que teve como uma das suas características de sua política a implementação de diferenças salariais entre pessoas que exercem a mesma função. Essa medida evidenciava, naquele período, mais um passo para pavimentação da privatização do banco.
Os dados de problemas de saúde dos trabalhadores do BB como consequência da atividade laboral são realmente alarmantes. O assédio moral dos chefes para que os funcionários cumpram metas de venda de produtos e a sobrecarga de trabalho em decorrência da falta de funcionários são os principais responsáveis pelas doenças mentais e de comportamento dos bancários no último período.
O assédio moral nas relações de trabalho, ou seja, a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras dos chefetes de plantão, as cobranças de metas para garantir os lucros bilionários, o terror do descomissionamento e das demissões, bem como, a sobrecarga de trabalho, o desrespeito aos direitos do trabalhado, enfim, um implacável sistema de opressão no trabalho debilita e afeta – muita das vezes profundamente e de forma irreversível – a saúde mental da categoria cuja condições de trabalho já foram precarizadas.
Da mesma forma que os trabalhadores do BB estão sendo atacados, em consequência da política dos banqueiros, os demais bancários sofrem na pele o mesmo problema. Por isso, todo esse ataque que contra a categoria somente poderá ser revertido através das lutas dos trabalhadores bancários em seu conjunto.