O mais novo estudo do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), sistema utilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego para o registro de admissões e demissões de trabalhadores no País, registrou, no que se refere ao emprego bancário, “um movimento contínuo de fechamento de postos de serviços”. (Site Dieese Pesquisa de Emprego Bancário Número 26 – Setembro de 2023) Segundo a pesquisa: são dez meses consecutivos de eliminação de vagas na categoria. Em julho, foram eliminadas 634 vagas, em decorrência de 2.951 admissões contra 3.585 desligamentos. Neste período, outubro/2022 até julho/2023, os bancos fecharam 6.273 vagas. Já para o acumulado dos últimos 12 meses, o saldo negativo atingiu 5.120 vagas”. (Idem)
Por outro lado, segundo dados do Caged, “no que se refere ao emprego no Ramo Financeiro, excluindo a categoria bancária, verifica-se saldo positivo em julho, com a abertura de 1.866 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, foram criados 15,8 mil postos de trabalho, uma média de criação de 1,3 mil postos/mês. (Idem)
Os dados revelam uma das facetas do golpe de Estado de 2016 e do porquê do apoio, tanto político quanto financeiro, dos banqueiros ao golpe. No governo Michel Temer foi aprovado o projeto do Executivo e aprovado naquele reacionário Congresso Nacional, a lei da Terceirização, que determinou a possibilidade de todas as empresas, tanto pública ou privadas, terceirizar todos os seus setores, ou seja, o que era, antes do golpe, a possibilidade da terceirização somente nas atividades meios, passou-se a fazer também nas atividades fins.
O resultado disso, é que os bancários estão sendo substituídos por trabalhadores terceirizados, com salários muito menores, e sem o respaldados do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) da categoria bancária e seus diversos direitos, conquistados através de mais de 100 anos de luta, tais como: licença prêmio, anuênio, adiantamento de férias, abonos, etc.
Um dos principais efeitos da crise econômica mundial são as demissões. O Brasil assiste a um processo de demissão em massa em diversas categorias. Este processo é sempre acompanhado de uma manobra patronal que permite que os capitalistas empurrem, goela abaixo, as demissões, e um dos principais mecanismos para isso na categoria bancária é justamente a questão das terceirizações.
Diante da ofensiva dos banqueiros, a luta pela estabilidade no emprego deve ser uma pauta fundamental para a categoria bancários no próximo período. Uma das principais bandeiras a serem levantadas pelos bancários.
Para barrar essa política reacionária dos banqueiros, é necessário constituir uma Frente de Luta e a criação de Comitês de Luta em todos os locais de trabalho. A criação de um Comando Nacional dos Bancários, eleito pela base, para organizar as mobilizações e a greve da categoria, nacionalmente, para que essa reivindicação seja atendida pelos patrões. Somente a luta, nas ruas, poderá barrar a ofensiva reacionária dos banqueiros.
