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Juros altos com inflação menor

Bancos querem reduzir só 0,25% nos juros e lucrar 200% mais

Previsão de redução da taxa básica dos juros dos sanguessugas do sistema financeiro e do seu serviçal no Banco Central vai agravar situação que já tem 80% das famílias endividadas

O IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou nesta semana pesquisa mostrando que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) indicou uma ligeira deflação no mês de junho em relação a maio: -0,08%.

As principais causas seriam a queda dos preços dos alimentos (-0,66%), diante da safra de vários produtos; dos artigos para residência (-0,42%) e dos gastos com transporte (-0,41%), por conta da nova política de preços da Petrobrás implementada pelo governo Lula.

Mesmo com a inflação em ligeiro declínio, os principais sanguessugas do País, os banqueiros, seus serviçais que comandam o Banco Central e os “analistas” econômicos da imprensa capitalista indicam que a queda na taxa de juros, a ser divulgada em agosto, deve ser da ordem de apenas 0,25%. O ganho dos banqueiros vai aumentar ainda mais no período.

Explicamos: a taxa oficial (SELIC) é de 13,75%, desde agosto de 2022; isso depois que a inflação acumulada em um ano, medida pelo IPCA chegou a 10,07% (julho/2022). Isso projetava um ganho real para os banqueiros de pouco mais 4% ao ano. Agora, com a inflação dos últimos 12 meses em 3,16%, se eles estabelecerem a taxa em 13,5%, o ganho real deles será de quase 10%, ou seja, 250% maior.

Isso só na taxa básica que é multiplicada várias vezes quando se trata de emprestar dinheiro à população ou cobrar juros por pagamentos em atraso. No cartão de crédito, por exemplo, uma dívida de R$1.000 pode chegar a R$5.500 após um ano, um aumento de 450%.

Graças a este roubo é que 78,5% das famílias estão endividadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Isto significa que, de cada cinco famílias, quatro têm dividas. quase um terço delas não tem condições de pagá-las. Todas estão sendo “assaltadas” por juros extorsivos.

Enquanto faltam recursos para atender às necessidades com moradia, saúde, educação, aposentadorias etc, quase metade do orçamento federal (cerca de R$2,5 trilhões neste ano) vão parar nos cofres dos banqueiros como pagamento de juros e serviços da dívida fraudulenta, que nunca para de crescer.

Eles só pensam em aumentar seus ganhos e ainda vai ter gente comemorando essa situação. A imprensa capitalista certamente promoverá uma cínica campanha de que a situação está melhorando, quando – de fato – o roubo está aumentando. Os parasitas do sistema financeiro e seus funcionários mantém uma gigantesca expropriação da economia nacional, lucrando com a fome, miséria e desemprego de milhões pessoas.

É preciso acabar com essa farra por meio de uma drástica redução dos juros, que somente é possível com fim do controle do Banco Central pelos banqueiros (“independência”). É preciso levar a cabo a luta pela estatização de todo sistema financeiro para garantir acesso ao crédito para todo o povo brasileiro. Estas conquistas só podem advir da mobilização dos trabalhadores e de suas organizações nas rua.

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