Após demitir dezenas de funcionários, através do processo de reestruturação, quando o banco adotou a medida de transformar agências bancárias em postos de atendimento, com a justificativa de contenção de gastos; agora, como este Diário havia, naquele período, já antecipado, que a tal justificativa não tinha nenhum fundamento, com as atuais denúncias dos funcionários e das entidades de luta dos trabalhadores confirmam as nossas previsões.
O banco para manter os seus lucros às custas da superexploração dos seus funcionários e da miséria de outros que acabaram no olho da rua, surge a denúncia de que os banqueiros do Mercantil estão se utilizando da extrapolação da jornada de trabalho nas suas agências, além disso, foi constatado a prorrogação da jornada normal do bancário, além do limite de duas horas. Não estão concedendo o intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, uma hora e, no máximo, duas horas, em trabalho contínuo cuja duração extrapole as seis horas.
Ou seja, os banqueiros, para aumentar os seus lucros, estão utilizando o método das demissões e, consequentemente, vêm aumentando a carga horária daqueles que permanecem na empresa, isso sem remunerar os mesmos, já que as horas extras trabalhadas não são pagas, e sim transformadas em folgas com prazo determinado de utilização, um ano, sendo que na maioria das vezes não são utilizadas, ou seja, acabam vencidas, já que os feches de plantão se negam a marcar data para que o funcionário as utilize.
É por essas, e mais tantas outras, que a categoria bancária está no topo do ranking do número de afastamento do trabalho por doenças, resultado direto das péssimas condições de trabalho, o constante assédio sofrido, e pela sobrecarga de trabalho na qual os trabalhadores estão submetidos. A cada dia os bancários são exigidos mais dos trabalhadores, submetendo-os ao regime do chicote para cumprir as metas cada vez mais exigentes, mesmo sem as condições mínimas para isso.
É preciso dar um basta nessa situação. Todo bancário sabe muito bem o que realmente acontece nos locais de trabalho. É um verdadeiro terror de ameaças de demissão, a sobrecarga de trabalho, o desrespeito aos direitos do trabalhador, enfim, um implacável sistema de opressão no trabalho que, na maioria das vezes, debilita e afeta – muita das vezes de forma irreversível – as já precárias condições de vida e de saúde da categoria bancária, levando à depressão e outras doenças.
É necessário organizar, imediatamente, uma gigantesca mobilização contra a política de demissões e o aumento da exploração na categoria que visa única e exclusivamente encher os bolsos dos banqueiros sanguessugas, verdadeiros parasitas dos trabalhadores e de toda a população