No dia 21 de setembro, o Supremo Tribunal Federal proferiu uma decisão que considerou inconstitucional a tese jurídica do Marco Temporal, que havia sido incorporada à Constituição de 1988. Dos 11 ministros, somente dois votaram a favor do Marco Temporal, resultando em um placar final de 9 votos contra e 2 a favor.
A “vitória”, comemorada pela ampla maioria dos setores de esquerda, revela que no Brasil, não é mais necessário a existência do Congresso Nacional, pois o Judiciário toma as rédeas das decisões consideradas mais importantes, além do Marco Temporal, O STF votou a favor da descriminalização parcial da maconha e pelo amplo direito de aborto, excedendo sua função na separação dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário. O filósofo iluminista Montesquieu, elaborou a ideia da separação dos três poderes, utilizada em todas as “democracias” modernas, em que o Poder Executivo, teria como função, ser responsável pela execução das leis. O Poder Legislativo seria responsável pela criação e elaboração de leis, representado por um parlamento, congresso, assembleia etc, composto por representantes eleitos pelo povo, na teoria os legisladores têm a função de debater, propor e votar as leis e, por fim, o Poder Judiciário seria responsável, apenas, pela interpretação e aplicação das leis, tendo como obrigação a IMPARCIALIDADE. Aparentemente, o filósofo francês está ultrapassado, pois os juízes do STF, não eleitos pelo povo, estão cumprindo não só a função do corpo legislativo, mas também a função do Executivo!
Apesar de toda lambança jurídica praticada pelos togados, a esquerda vibra e comemora todo e qualquer ato e, como se não fosse suficiente, desaprovam o papel de Zanin, juiz indicado por Luiz Inácio Da Silva, quando este faz o seu papel, seguir a lei e respeitar o congresso e as limitações do judiciário. Os acontecimentos recentes, escancara o problema de uma esquerda totalmente desprovida de princípios políticos, invés de convencer a população trabalhadora sobre a legitimidade de pautas como a descriminação das drogas, o direito do aborto entre outras pautas legítimas, a esquerda prefere a via da canetada, que representa um exacerbado poder aos juízes da burguesia, que outrora, foram os responsáveis por inúmeros golpes contra a população brasileira, inclusive, o golpe de estado de 2016.
A posição tradicional do PCO (Partido da Causa Operária) é de que o STF não deve ter o poder de legislar ou executar leis, inclusive que o órgão judiciário precisa ser reformado, os representantes devem ser eleitos pela população e não mero lacaios da burguesia. Até por que o fortalecimento dos juízes recairão de maneira catastrófica sobre a população pobre, os mesmos que hoje votam por pautas progressistas, amanhã podem instaurar uma lei, assim como está havendo no EUA que pode abolir completamente o direito ao aborto. É importante lembrar que os mesmos votaram inúmeras pautas recentes contra os trabalhadores: a imposição piso nacional da enfermagem, contra os trabalhadores dos correios e, é claro, a participação no golpe, “Com supremo, com tudo”.
A esquerda minimamente democrática, deve combater os abusos da casta jurídica, autores de inúmeras maldades contra o povo brasileiro!