Em matéria publicada no sítio da CUT Nacional no dia 13 de dezembro, cujo título é “Política pública para população de rua é luta do movimento sindical”, a maior Central Sindical dos Trabalhadores da América Latina e uma das maiores do mundo, faz uma constatação em relação à classe trabalhadora que vem persistindo desde a implementação da política neoliberal na década de 1990 com os governos Collor de Mello (Itamar Franco) aprofundada no famigerado governo de FHC (PSDB), onde se jogou no olho da rua milhões de trabalhadores por conta da política de privatizações, ataque as serviços públicos, etc. e aumentou exponencialmente a miséria no País. Segundo informações, parciais na matéria, somente “nos últimos 10 anos, o número de pessoas cadastradas como nessa situação (de rua, nota do editor), subiu de 21,9 mil para 227 mil – aumento de mais de 10 vezes.
A CUT faz toda uma digressão do assunto numa perspectiva de ações assistenciais e salienta uma maior atenção do poder público, afirmando que é uma reivindicação histórica do movimento sindical ações de solidariedade em defesa da população em situação de rua. A matéria cita várias ações de diversos sindicatos cutistas ao longo dos últimos dois anos, como o “Projeto amor por onde for”, uma iniciativa do Sindicato dos Bancários realizada em 2020, e o caso em que a CUT de São Bernardo do Campo, cidade da região metropolitana de São Paulo que se mobilizou contra a desocupação da sede do Projeto Meninos e Meninas de Ruas (PMMR), o caso de arrecadação de agasalhos para doação etc.
Claro que ações em solidariedade aos trabalhadores e à população necessitada é uma política de qualquer governo que tenha uma mínima preocupação social, mas, por outro lado, essa política não é suficiente, principalmente para uma organização do porte da CUT que deveria mobilizar os seus mais de quatro mil e quinhentos sindicatos na perspectiva de derrotar a direita que impõe um ataque sistemático às já precárias condições de vida dos trabalhadores, quem dirá daqueles que se encontram em estado de vulnerabilidade.
O mais importante agora é que a CUT saia desse compasso de espera diante das iniciativas do governo e de ficar aplaudindo as poucas medidas efetivas favoráveis aos trabalhadores, inclusive diante do cerco que o governo Lula sofre por parte da direita. Sair desta paralisia que a central se encontra hoje e adotar uma política de defesa das reivindicações mais importantes dos trabalhadores, um programa próprio dos trabalhadores diante da crise para mobilizar, para organizar os trabalhadores e inclusive para agir, pressionar o governo e reagir à pressão da direita. Reivindicações que possam gerar emprego, como por exemplo a redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais, sem a redução dos salários, reivindicação essa que poderia gerar milhões de empregos, ou seja, abre a possibilidade de retirar das ruas milhares de famílias que se encontram nessa situação.
Foi para isso, inclusive, que a CUT surgiu, ou seja, para unificar o conjunto da luta dos trabalhadores, para representar o conjunto da classe nas suas lutas contra a burguesia que joga todos os dias milhares de trabalhadores nas ruas por conta da sua política de beneficiar meia dúzia de capitalistas e banqueiros em detrimento à miséria do povo brasileiro.





