O governo do PT entregou três ministérios ao falido PMDB e outros mais às forças políticas que controlam as chamadas instituições, nessa nova composição do Poder Executivo Federal. Em reciprocidade, recebeu a conivência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (PMDB-DF), com os atos golpistas dos bolsonaristas que culminaram na invasão do STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Em 2010 e 2014, a vice-presidência e vários ministérios, foram dados ao PMDB e as forças políticas que constituem a base fundamental do regime político do país. Em reciprocidade, o PT recebeu um golpe de Estado que levou o país a uma enorme perseguição política contra a esquerda, a maior devastação econômica da história e criou as bases fundamentais para consolidar a organização dos fascistas sob a bênção das forças armadas.
Atualmente, apesar de ter acertado em mirar as principais pastas econômicas para dar respostas imediatas para melhorar as condições de sobrevivência dos trabalhadores e da população de maneira geral, as apostas do novo governo para se chegar à estabilidade política continuam sendo os acordos por cima, deixando a mobilização e organização popular de forma secundária.
Os fascistas conseguiram com grande facilidade invadir as sedes dos três poderes, com a autorização dos aparatos de repressão, que apenas ficaram assistindo a desgraça acontecer para desmoralizar principalmente o recente governo e para que depois exista um clima de que não vão reprimir a “vontade popular”, partindo para uma adesão mais aberta ainda ao golpe.
As instituições estatais sabem muito bem qual é a cadeia de comando e de onde saem as ordens para as ações golpistas, desde antes do processo eleitoral. Aliás, quem é que não sabe? Quantas vezes as Forças Armadas, o antigo chefe do executivo e seus ministros não conspiraram abertamente contra a chamada democracia, e as instituições ficaram de braços cruzados? Foram quatro anos assim! Nada fizeram e não vão fazer.
É preciso repudiar veementemente qualquer orientação ilusória, de que não existe tentativa de golpe e de que as instituições são sólidas. Essa posição nos levou a tomar os golpes de 1964 e de 2016, nos levou a quase perder as eleições em 2022 e a ter as sedes dos três poderes invadidas. Se Lula saiu da cadeia, foi eleito e o golpe não devastou ainda mais o país, isso se deve exclusivamente a luta popular do povo do campo e das periferias desse país, dos sindicatos, movimentos populares, militância de base dos partidos de esquerda e coletivos de luta. A história não perdoará quem tergiversar nesse momento. É preciso agir quando o problema político aparece. E nesse momento ele está começando a transbordar. É necessário imediatamente convocar atos em defesa do governo do Presidente Lula e parar com os apelos para que os aparatos repressivos protejam o governo porque são eles que fomentam o fascismo. As instituições e as forças repressivas do Estado são todas golpistas, coniventes com os fascistas. Apenas a força do povo trabalhador e de suas organizações, nas ruas e em apoio ao Presidente Lula, podem esmagar o fascismo e derrotar o golpe!
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*As opiniões dos colunistas não expressam, necessariamente, as deste Diário,