Após a manifestação contra o genocídio na Palestina em São Paulo, no último de 4 de novembro, surgiram nas redes sociais diversos ataques contra o Partido da Causa Operária (PCO). O foco da investida era o apoio massivo do bloco do partido ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, nas iniciais em árabe), que liderou no dia 7 de outubro uma ofensiva contra o Estado de Israel.
Segundo setores da esquerda, o bloco do PCO, que tinha um carro de som próprio e foi o maior e mais organizado dos partidos e movimentos que participaram do ato, foi um “desserviço” para a causa palestina. Declararam que o apoio ao Hamas, ecoado de forma uníssona pela comunidade árabe que acompanhou o bloco partidário, criaria o pretexto para a direita atacar o movimento.
Esquecem, no entanto, que a direita já está atacando os defensores da libertação da Palestina, ocupada criminosamente por um Estado terrorista, racista e genocida há 75 anos. A situação palestina conseguiu unificar todo o bloco direitista em defesa da limpeza étnica e do massacre promovidos pelo sionismo.
Por isso, quando a imprensa burguesa e os sionistas, na figura de seu principal representante no Brasil, André Lajst, atacaram o PCO, não houve nenhuma novidade. Esses são os mesmos que defendem a destruição de escolas, hospitais, ambulâncias, enfim, o genocídio promovido na Faixa de Gaza há um mês.
Enquanto Lajst criticava “cenas lamentáveis ontem (04) na Avenida Paulista, em São Paulo” e dizia que “o Hamas não representa o povo palestino e defendê-lo não vai trazer nenhuma melhoria para a vida dos civis palestinos”, militantes da esquerda pequeno-burguesa repetiam imprudentemente os mesmos argumentos.
No entanto, ficou nítido na manifestação do dia 4 que a população árabe apoia o Hamas, partido que foi democraticamente eleito para governar Gaza em 2006 e se tornou a organização mais popular da Palestina. Crianças e adultos árabes subiram no carro de som do PCO, chamando a bateria do partido, Zumbi dos Palmares, a tocar enquanto gritavam “viva o Hamas! Viva a Palestina!”, entre outros gritos em defesa do movimento islâmico.
Os ataques ao PCO por causa de sua defesa do Hamas, assim, são um ataque a todo movimento de libertação da Palestina. Primeiro, porque o partido está na linha de frente na denúncia aos crimes do sionismo. Segundo, porque o Hamas é a organização que lidera a frente de resistência contra o Estado de Israel. Terceiro, porque o apoio à organização é uma quase unanimidade entre os cidadãos árabes.
Apenas o sionismo, a direita e parte da esquerda pequeno-burguesa estão contra o grupo. Nas manifestações, os esquerdistas que se autoproclamam “coordenadores do ato” buscam censurar aqueles que defendem a organização que foi para as via de fato para combater o terrorismo israelense. Na imprensa, enquanto se defende um massacre que já matou, oficialmente, 10 mil palestinos (mais de quatro mil crianças e duas mil mulheres), ataca-se aqueles que ousam falar do Hamas, o líder da guerra de autodefesa e de libertação nacional.
Nas redes sociais, enquanto há um coro feito por uma minoria barulhenta, as plataformas buscam censurar qualquer conteúdo em defesa da libertação palestina. Assim, o Instagram mandou derrubar três publicações do PCO contra o sionismo, enquanto o X (ex-Twitter) derrubou a publicação de um militante do partido com mais de um milhão de visualizações, onde se dizia “Viva a Palestina! Viva o Hamas!” com uma foto da manifestação do dia 4.
A esquerda pequeno-burguesa, portanto, faz coro contra a luta palestina com a direita imperialista, o sionismo terrorista, a extrema-direita fascista e os grandes monopólios das redes sociais.