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Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e faz parte da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

CECUT DF

As perspectivas dos bancários no CECUT DF

É bastante estranho que uma das principais propostas colocada na discussão da plenária final do CECUT DF tenha sido defendida contra pela Articulação Sindical do PT

A realização do 15º Congresso Estadual da CUT DF, que aconteceu no último final de semana (18,19 e 20) no teatro dos bancários em Brasília, foi realizado num período em que os banqueiros estão desfechando um gigantesco ataque à categoria bancária através das políticas de demissões em massa, arrocho salarial, terceirização, aprofundamento do assédio moral cujo objetivo é pressionar os trabalhadores a baterem metas de venda de produtos bancários, etc.

É bastante estranho que uma das principais propostas colocada na discussão da plenária final do CECUT DF, feita pela Corrente Sindical Nacional Causa Operária, presentes com os seus delegados, tenha sido defendida contra pela Corrente Majoritária do PT, representada pela “Articulação Sindical” e acompanhada pelas demais correntes sindicais do PT presentes no Congresso, tais como a “Alternativa de Esquerda”, “CSD”, o “Jornal O Trabalho”, “Enfrente”, em relação à organização de um plebiscito revogatório das medidas dos governos golpistas de Michel Temer e Bolsonaro: Reforma Trabalhista e Previdenciária, Independência do Banco Centra, Teto de Gastos, Terceirização, dentre tantas outras. Medidas essas que diz respeito ao fim de direitos dos trabalhadores, conquistados através de mais de 100 anos de muitas lutas, inclusive da categoria bancária, e suprimidas numa canetada pelos governos golpistas e referendadas no reacionário Congresso Nacional.

Essa política da burocracia sindical, que hoje dirige a CUT DF, está completamente desconexa com a realidade da situação política nacional e principalmente da internacional, que tem levado a classe trabalhadora sofrer um gigantesco retrocesso nos seus direitos.

A conjuntura na atual etapa está marcada pela crise de conjunto dos países capitalistas, confirmando o esgotamento histórico desse regime social de exploração. Os países imperialistas tentam, fracassadamente, buscar soluções para tentar conter a enorme crise política, econômica e social instalada, não somente nos países da América Latina e África, mas no próprio coração do capitalismo, nas grandes potências econômicas (EUA, França, Inglaterra, Alemanha e Japão). Diante da evidente ausência de alternativas concretas para solucionar as crises, a única via que eles têm como solução é o aprofundamento do ataque às economias dos países atrasados, através de diversos mecanismos de transferência de recursos, principalmente através do pagamento dos juros da dívida pública, privatização das estatais, remessas de lucros, etc. A pressão é para que os países atrasados paguem mais juros, abrir o mercado para as grandes multinacionais, entregar as estatais quase gratuitamente, promover mais planos de ataque às condições de vida das massas, enfim acelerar todas as formas de transferência de recursos e capitais para tentar salvar as economias das grandes potências imperialistas em crise.

No Brasil, Lula continua refém do reacionário Congresso Nacional e as principais medidas sociais, parte do programa eleitoral do PT, está praticamente obstaculizado pela direita golpistas, como, por exemplo, o fim da independência do Banco Central que, através da política de juros Selic nas alturas, vem impedido que o governo faça uma política de desenvolvimento nacional. Até agora, a marca do Congresso Nacional, dominado pelo “Centrão” foi de paralisar, emperrar e dificultar as iniciativas de Lula.

E é nesse sentido que o Congresso da CUT DF, por conta dessa política cor de rosa e de paralisia da burocracia que dirige a entidade, não definiu nada de concreto para que haja uma verdadeira mobilização da classe trabalhadora no sentido de reverter esses gigantescos ataques da direita aos trabalhadores e a população em geral.

É preciso reverter essa política da CUT DF através da mobilização dos militantes de base de todas as categorias filiadas, e lutar por um programa de defesa dos interesses dos trabalhadores. É necessário abrir canais para expressão dos setores combativos, da base, em oposição ao bloqueio das direções sindicais burocratizadas.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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