Desde que a Arábia Saudita se reaproximou do Irã, um inimigo da região seu de longa data, conflito este que outrora havia sido fomentado pelos países imperialistas, o país árabe vem tentando estabelecer novos laços locais, minando ainda mais a dominação dos EUA no Oriente Médio.
Graças ao envolvimento chinês, a situação do imperialismo vem se deteriorando, e seus laços e alianças na região se findando. Agora, a Arábia Saudita visa um estreitamento de relação com a Síria, antiga inimiga da monarquia saudita. Ocorreram diversos avanços no desenvolvimento dessas relações ultimamente. O acordo estabelecido entre os sauditas e os iranianos, uma aproximação “patrocinada” pela China, por exemplo, visa cooperação econômica e de segurança.
No último dia 18 desse mês de abril, o ministro de relações exteriores, o príncipe Faisal bin Farhan, visitou Damasco, depois de alguns dias que o ministro sírio, também chamado Faisal, havia ido até o reino saudita, depois de mais de 10 anos sem nenhum tipo de aproximação entre os países islâmicos. Há muita discussão para que a Síria retorne à Liga Árabe. Há também muito estímulo para que outros países em conflitos na região voltem a se reaproximar, e também a possibilidade muito real de um cessar-fogo no Yemen.
O primeiro ministro saudita, o príncipe Mohamad bin Salman, também lançou mão de novos pacotes econômicos pada estimular ainda mais a reaproximação de seus antigos rivais da vizinhança, estimulando ainda mais a aproximação dos países islâmicos. É visado agora o fim dos conflitos no Sudão, iniciados em 15 de abril, que deixou mais de 100 pessoas mortas até o momento, e a Arábia Saudita, junto com os Emirados Árabes, foram os primeiros países do Golfo a se manifestarem para que tal conflito civil cesse.
Estes processos se caracterizam como grandes reveses para a hegemonia norte-americana e europeia na região do Oriente Médio, depois de anos de exploração dos conflitos. O Imperialismo tem perdido a mão na região, principalmente depois da derrota no Afeganistão, em 2021, e a um conflito no Iraque, que os EUA não venceu também, e que não levou a nada de concreta ao país, de fato, apenas destruição. Após décadas de submissão completa à política imperialista, o segundo pilar dos donos do mundo no Oriente Médio busca independência, restabelece laços com Irã e Síria e busca a paz na região. Existem diversas movimentações políticas da monarquia saudita que se chocam com o imperialismo tais como a recusa em antagonizar com a Rússia por exemplo, também a recusa em suprir o mundo com o petróleo saudita, sob termos estabelecidos por Washington. O tempo do imperialismo no Oriente Médio está contado, se já não acabou mesmo.