PSTU embarca na onda alarmista do clima e repercute notícias sobre o clima que estão por toda a imprensa capitalista. Neste dia 20, quinta-feira, publicou uma matéria em seu sítio intitulada “Aquecimento global: O calor extremo e o capitalismo”.
Antes de mais nada, precisamos dizer que o planeta Terra vem passando historicamente por mudanças climáticas e elas não precisam, ou não devem, ser automaticamente ligadas à intervenção humana. Vale destacar que não há consenso sobre o “aquecimento global” e que o terrorismo sobre o clima tem sido devidamente explorado pelo imperialismo para oprimir ainda mais os países atrasados.
Inúmeros cientistas alegam que sondas espalhadas pelos oceanos apontam que a Terra está resfriando, e os oceanos são os principais reguladores do clima. Esses cientistas, no entanto, são devidamente calados pela imprensa corporativa, pois suas afirmações não interessam aos imperialistas.
Para disfarçar um pouco sua adesão ao alarme geral, o PSTU diz que “A onda extrema de calor coloca em risco particularmente os idosos, trabalhadores do setor de construção, carteiros, entregadores e pessoas sem-teto”. É verdade, mas essa demagogia não muda o fato de que toda a política de defesa do meio ambiente é uma política do imperialismo para conter o desenvolvimento nacional de diversos países atrasados, particularmente do Brasil.
Calor pelo mundo
O texto elenca o que vem acontecendo pelo mundo. Seja o calor recorde nos Estados Unidos e Europa ou incêndios florestais no Canadá.
Segundo a matéria, “Um alerta foi disparado para a Grécia, Itália e Espanha, juntamente com Marrocos e outros países do Mediterrâneo que têm enfrentado um calor arrebatador. No último dia 16, o Aeroporto Internacional do Golfo Pérsico, no Irã, registrou uma temperatura de 66,7°C”. E ainda se dá conta de que na China, incluindo Pequim, o calor vem se combinando com fortes chuvas.
A imprensa capitalista não poderia deixar passar a oportunidade e aproveitou para dizer que o calor tem feito a China aprofundar o seu “vício” por carvão. Sim, para fornecer eletricidade para os aparelhos de ar-condicionado muitas vezes se faz uso de termelétricas.
Créditos de carbono
O assunto principal, o uso que o imperialismo faz da chantagem climática, não é tratado pelo texto do PSTU.
Muito das mudanças climáticas são atribuídas à queimas de combustíveis fósseis. Com base nisso, ONGs financiadas pelo imperialismo pelo mundo fazem campanha contra a exploração de petróleo.
No Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, uma figura ligada ao bilionário George Soros, está conseguindo travar os estudos de viabilidade de exploração de petróleo na Margem Equatorial. Enquanto isso, na vizinha Guiana, o petróleo vem sendo explorado por multinacionais bem perto da Foz do Amazonas sem que ninguém as incomode.
O imperialismo não é contra a exploração de petróleo, apenas quer isso para si, não para os brasileiros; por isso, tenta barrar a exploração deixando esse recurso no subsolo para, quem sabe, explorar no futuro.
Os países imperialistas continuam explorando petróleo, mas não querem que também o façamos. Para tal, querem pagar “créditos de carbono”. Em outras palavras, estão dizendo que vão continuar a todo vapor sua produção industrial e que seremos pagos (embora nunca paguem) para continuarmos atrasados e meras nações agrícolas.
O cinismo é enorme, pois não estão propondo diminuir a produção industrial, até podem aumentar, a depender da demanda. O que estão propondo é uma indenização, um cala-boca, para que abramos mão de nosso desenvolvimento tecnológico.
Chantagem comercial
As negociações do Mercosul com União Europeia mostram bem para que servem as medidas “contra as mudanças climáticas”. Os países desenvolvidos tentam impor sanções aos países atrasados. Embora os europeus destruam sistematicamente sua natureza, querem impor penalidades para os países pobres, alegando, por exemplo, que determinada carne foi produzida em área desmatada ilegalmente etc.
Com o conflito na Ucrânia e a escassez de gás natural russo, a Europa tem recorrido à queima de carvão, usinas nucleares obsoletas, gás de xisto, e ao mesmo temo exige da América Latina que cumpra determinadas exigências.
O futuro
O texto do PSTU também se utiliza de jargões, como “transição energética” e dá como certo que a atividade industrial humana vem aquecendo o Planeta. Num certo sentido, embarcam numa política anti-marxista de que se deve diminuir a atividade industrial no planeta, legando aos países atrasados o destino de serem grandes fazendas pelo resto de sua existência.
Se olharmos para trás, veremos que as promessas de que o derretimento das geleiras faria os oceanos engolirem cidades inteiras nunca se cumpriram. Há décadas esperamos pela catástrofe. Até o tal “buraco na camada de ozônio” abandonou discretamente os noticiários.
O PSTU, como sempre, joga para o socialismo a solução das questões climáticas e do meio ambiente. Ocorre que o socialismo vai alterar completamente a natureza, para desespero dos puristas; e a farsa das ‘mudanças climáticas’ precisa ser denunciada agora.
A esquerda não pode cair nesse alarmismo produzido pelo próprio imperialismo, que nada mais é que uma maneira de subjugar os países atrasados. A esquerda tem que defender a industrialização e o desenvolvimento das forças produtivas, sabendo que vai enfrentar a oposição do imperialismo, nossa principal fonte de atraso.