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Inocentes úteis

Aprendiz de feiticeiro

O efeito da escola política do PSTU sobre os seus militantes

Nesses dias tomamos conhecimento de um corte em uma entrevista de 31 de março último concedida por Gustavo Machado – um militante do PSTU – ao “À Deriva Podcast”, apresentado por Arthur Petry.

A primeira coisa que chama a atenção, é que o corte em questão tem um título, no mínimo, estranho: “Líder do PCO ataca CONVIDADO MARXISTA” , assim mesmo em caixa alta.

Diante das milhares entrevistas concedidas pelos dirigentes do PCO nos últimos anos, em particular pelo companheiro Rui Costa Pimenta, é óbvio afirmar que muita crítica foi feita ao PSTU e à esquerda em geral. A luta política, a luta de ideias é, por excelência, o método marxista. Agora atacar um convidado marxista? Uma pessoa que é desconhecida do Partido e ainda mais em um programa que não foi visto por nenhum dirigente do PCO? Poderia dizer que mais parece uma tentativa de promover a entrevista.

Em todo caso, vamos aos fatos. O entrevistador reproduz uma pergunta de um ouvinte que afirma que o companheiro Rui também é trotskista (assim como Gustavo Machado), mas que critica o PSTU por ser lacaio do imperialismo e não entender nada de Marx. E conclui perguntando qual a diferença entre os dois.

Abaixo está reproduzida na íntegra a transcrição da resposta à pergunta:

Eu não sei dizer a diferença entre nós dois, porque eu tenho  mais de 10, 12, 13 anos que milito. Nunca vi Rui e nem PCO na minha vida, na minha frente, enquanto organização. Vários outros eu já vi, inclusive organizações que divirjo. Tenho impressão que eles têm uma existência muito fictícia aqui no youtube. A impressão que tenho do PCO pelas coisas que eu vi sendo publicadas nesse período todo é que eles nada mais foram do que correia de transmissão do PT ao longo dos últimos 5, 6 anos. A única coisa que eles falaram é a defesa do Lula. Na prática podem fazer  discursos para socialistas em dia de festas, mas na prática era a defesa do Lula, defesa do Lula, defesa do Lula. Foi a única coisa que eu vi do PCO nos últimos anos“.

Como se depreende da resposta, o entrevistado não entra no mérito da pergunta. Aliás, o que podemos afirmar categoricamente é que não conhecemos o sr. Gustavo Machado, mas conhecemos muito bem o partido do qual ele se diz militante, useiro e vezeiro em dar golpes na praça. Não entrar no mérito da polêmica e como fuga procurar desmerecer o adversário. Essa é a política do PSTU e também, pelo menos no caso, do sr. Gustavo.

É uma cretinice sem tamanho afirmar que o PCO é um fantasma da internet e que a política do partido por ser uma correia de transmissão do PT se resume à defesa de Lula.

Ao invés de tentar caluniar o PCO, o sr. Gustavo, pelo título do corte do programa, “um marxista de verdade”, deveria defender as posições do seu partido e demonstrar quão falsa é a política do PCO. O problema é que para isso, o sr. Gustavo teria que assumir que o PSTU é um partido golpista. Que esteve junto com o que há de mais abjeto na política brasileira na campanha do “Fora Todos”.  Para o PSTU, o PT era igual ao PSDB, ao MDB e aos ratos fascistas retirados do esgoto por essa camarilha política e seus meios de comunicação. Mais, para qualquer pessoa minimamente entendida e que não estivesse de má fé, em 2016 já era evidente o papel dos Estados Unidos na orquestração do golpe. Hoje, depois de sete anos, a evidência está comprovada por documentos!

Em seguida, não satisfeito em apoiar o golpe, o PSTU embarcou de cabeça na campanha venal da Lava-Jato, ou seja, do imperialismo, de que Lula e o PT eram corruptos. Esse pequeno corte da história do PSTU já responde ao ouvinte o porquê do PSTU ser um “lacaio do imperialismo”.

Isso por si, já demonstra que o partido não é marxista, mas vamos usar o próprio Trotski, do qual o partido se reivindica seguidor, para mostrar que isso também é uma farsa.

Uma das maiores lutas políticas de Trotski foi a tentativa de promover a unidade dos trabalhadores organizados pelo Partido Comunista Alemão aos da base do Partido Social-Democrata contra o nazismo. Só que a política dos comunistas alemães sob a orientação da III Internacional dominada, então, pelo stalinismo era de classificar o partido social-democrata como igual (ou até pior) do que o partido Nazista.  Em nome dessa política, os comunistas chegaram a se aliar com os fascistas contra a social-democracia.  Guardadas as devidas diferenças das proporções históricas, qualquer semelhança dessa política com a do PSTU no golpe de 2016 não é mera coincidência.

Finalmente, sobre o PCO ser correia de transmissão do PT e portanto, lulista inveterado, vamos citar a continuidade desse mesmo corte em que o “brilhante” marxista explica o apoio do seu partido a Lula nas eleições de 2022, mas que também poderia ser perfeitamente aplicado a Fernando Haddad nas eleições de 2018.

[O PSTU] votou no Lula no segundo turno, mas sem depositar nenhuma confiança, [mais] pelo que representa Bolsonaro. Inclusive as ameaças um milhão de vezes feitas em relação às liberdades democráticas”… É uma estratégia do mal menor, mas não é do mal menor (sic)…

Diante do pavor do PSTU ao bolsonarismo,  o PSTU mesmo sem ter nenhuma confiança em Lula, mas pela “estratégia do mal menor” o apoiou. Quer dizer,  “os revolucionários do PSTU”, em nome do “mal menor” apoiariam até mesmo uma Simone Tebet… é por isso que o Sr. Gustavo Machado não sabe dizer o que diferencia seu partido do PCO!

Tamanha confusão do Sr. Gustavo não poderia finalizar sem uma “pérola”. Para explicar que o “mal menor não é um mal menor”, citou uma metáfora que teria sido usada por Trotski,  o que não dá para duvidar, afinal o Sr. Gustavo é um profundo conhecedor do marxismo: “Se aparece duas pessoas numa sala querendo me matar, uma está com uma arma e a outra com uma faca, primeiro vou ter de tentar desarmar aquela ques está com a arma, para depois ver o que faço com o que está com a faca… Bolsonaro era o cara que estava querendo te matar com uma arma e o PT com uma faca“, no que foi retrucado pelo entrevistador: “acho que morrer com uma facada deve doer mais!

Dificil dizer, mas fica óbvio que a mesma desorientação da época do “Fora Todos”, quando levou uma parte da esquerda a apoiar o golpe perpetrado pelo imperialismo contra o PT e em especial o atual presidente Lula, permanece pairando sobre as cabeças do PSTU. Como ficou evidente, a falta de orientação inclusive os leva a apoiar alguém que poderia representar uma ameaça mortal aos trabalhadores. Felizmente, fora da alucinação dos morenistas, não é o caso de Lula.

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