Dando continuidade à política dos bancos que é levada a cabo por Macron na França, o Conselho Constitucional do país aprovou o texto da reforma da previdência com poucos vetos. A tentativa de legitimar uma reforma que nem sequer passou pela Assembleia Nacional do país não serviu para esfriar a revolta dos trabalhadores franceses. Uma série de manifestações veem acontecendo desde a aprovação ocorrida na última sexta-feira, em grande medida manifestações espontâneas, o que mostra que a burguesia está tendo muitas dificuldades para manobrar com a crise gerada.
O comandante Farinazzo chamou atenção para a diferença no tratamento da imprensa para a repressão do governo francês: “o que está acontecendo na França, se acontecesse na Rússia ou na China, a imprensa, a CNN, ia estar se matando, se esgoelando, dizendo que é um governo autocrata, que massacra seu povo”. Macron chegou ao ponto de reconhecer em discurso transmitido pela televisão que o povo francês rejeita a reforma: “Esta reforma é aceita? Obviamente, não. Apesar de meses de negociações, não foi encontrado um consenso e lamento isso. Devemos tirar todas as lições disso”. Como o companheiro Rui colocou, o presidente francês está tentando ignorar a crise, mas a crise é real.
Os analistas comentaram a relação da crise francesa com o apoio do governo à guerra na Ucrânia. Enquanto impõe o arrocho aos franceses, Macron segue oferecendo apoio militar ao governo Zelensky, o que além de implicar gastos para o Estado, para a manutenção da crise energética e inflacionária decorrente das sanções impostas à Rússia.
Rui falou sobre a crise interna na Ucrânia, que estaria se encaminhando para um colapso “político e social”, onde o recrutamento militar forçado aparece como sintoma bastante expressivo. Cita inclusive que a publicação britânica The Economist publicou uma matéria alertando os leitores de que poderiam vir à tona escândalos de recrutamento na Ucrânia e que, no entanto, isso seria normal de acontecer. Mas não é. O companheiro procurou diferenciar o militante de extrema-direita e o cidadão comum que é alistado para uma guerra perdida e que atende a interesses de um grupo muito específico no seu país. A dificuldade em recrutar soldados na Ucrânia não é por acaso, pois o foco da ação militar russa foram justamente os grupos paramilitares de extrema-direita, como o Batalhão de Azov.
Com o aprofundamento da crise econômica no centro do capitalismo, os analistas apontaram a tendência cada vez mais explícita do fortalecimento das relações econômicas entre os países do BRICS e outros países atrasados. Foi citada a visita de Lula à China, com o estabelecimento de diversos acordos econômicos e a declaração da intenção de negociar sem uso do dólar como moeda de câmbio, algo que se choca frontalmente com os interesses do imperialismo. Farinazzo ainda alertou para um cenário do uso de violência iminente dos Estados Unidos diante da crise da sua dominação em nível mundial.
Não deixe de conferir na íntegra o programa Análise Internacional transmitido no dia 17/04/2023!