No dia 6 de novembro, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou a privatização da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Após aprovarem esse crime contra a população do estado mais populoso do País, os deputados em conjunto foram “surpreendidos” por manifestantes que se opuseram dentro da Alesp contra a privatização da Companhia. A polícia, como de costume, reprimiu com toda a truculência.
Mostrando que o cinismo da direita não tem limites, os mesmos deputados entreguistas que privatizaram a Sabesp querem agora que os manifestante sejam punidos, comparando a sua conduta com a dos que invadiram as sedes dos três poderes. Guto Zacarias (União Brasil) está coletando assinaturas para “emplacar” uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e disse que “assim como os vândalos que depredaram a Câmara dos Deputados em 8/1 sofreram as consequências, os vândalos de esquerda também devem ser punidos, sem qualquer tipo de privilégio ou proteção, atacaram policiais, destruíram estruturas e tentaram impedir uma votação legítima e democrática. Muitos deles tiveram a passagem bancada por terceiros e receberam dinheiro para fazer o que fizeram, vamos investigar e punir os mandantes desse atentado”.
Gil Diniz (PL), por sua vez, afirmou que solicitará a Alexandre de Moraes, ministro do STF, a inclusão dos manifestantes em um dos inquéritos que tratam dos “atos antidemocráticos” do começo do ano.
Essa falsificação promovida pelos deputados direitistas são oriundos da brecha legal das leis contra os atos terroristas, que recai diretamente contra a liberdade de manifestação do povo. A esquerda caiu em uma armadilha que já estava sendo preparada desde o 8 de janeiro para que as manifestações contra a atuação da direita e da extrema direita fossem o laboratório para “emplacar” toda a perseguição a quem quer que se manifeste contra a roubalheira privatista da direita promovida por partidos como o próprio União Brasil, o PL e entre outros.