No dia 18 de outubro, a Causa Operária TV entrevistou Raúl Capote, escritor e agente da inteligência cubana. Capote, que já havia sido entrevistado por correspondentes do Diário Causa Operária em Cuba em maio deste ano, veio agora ao Brasil para o lançamento do seu livro “Inimigo: a guerra da CIA contra a Juventude Cubana”.
Logo no início da entrevista, Capote agradeceu a oportunidade de falar ao público brasileiro e apontou os Estados Unidos como “o inimigo comum” do do povo cubano, do povo brasileiro, do povo chileno e do povo palestino. Por isso, inclusive, que escolheu esse título para o seu livro, que começou a ser escrito em 2012.
Capote explicou que, quando o imperialismo preparou o fim das ditaduras militares sangrentas na América Latina no século passado, se viu defrontado com a necessidade de ter lideranças que atuassem em regimes supostamente “democráticos”, mas que estivessem sob seu controle. “Muitos líderes sociais e econômicos dessa época histórica vêm justamente deste tipo de preparação”, disse ele. Essas figuras, segundo Capote, viajaram para os Estados Unidos e participaram de iniciativas como “cursos de formação de lideranças”.
Essa “fórmula”, como chama Capote, foi aperfeiçoada durante a revolução cubana e exportada para o mundo inteiro.
Em seguida, Capote explicou porque não era um “agente duplo”, como muitas vezes é chamado. Ele atuou como um agente da inteligência cubana, estando a todo tempo a serviço dela. O entrevistado ainda destacou que essa é uma tarefa complexa, pois os espiões cubanos não são especialistas em espionagem, mas sim parte do povo cubano. Ao mesmo tempo, sua atuação é completamente diferente da dos espiões dos países imperialistas, que atuam por dinheiro. “É minha forma de pagar a dívida que tenho com a revolução cubana”, afirmou Capote. A espionagem, diz ele, “é parte do esforço de Cuba para se defender de um inimigo situado a 150 quilômetros de distância”.