Em 2024, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) passará por uma grande mudança que terá um impacto direto no acesso dos estudantes às universidades públicas no Brasil. Anteriormente, o Sisu tinha duas edições por ano, permitindo que os estudantes se inscrevessem no primeiro ou no segundo semestre. No entanto, a partir de 2024, haverá apenas uma edição anual, que ocorrerá entre janeiro e fevereiro, conforme anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).
A decisão do MEC de reduzir o Sisu para apenas uma edição anual foi baseada em alguns fatores identificados nas edições anteriores. Durante a segunda edição anual, era comum observar uma alta taxa de desistência entre os estudantes aprovados, bem como um grande número de vagas remanescentes que não eram preenchidas.
A alegação do MEC é de que a alta taxa de desistência e as vagas ociosas justificam a mudança no formato do Sisu. No entanto, essa medida afeta negativamente o acesso dos estudantes às universidades públicas.
Para os estudantes que desejam trocar de curso de graduação no meio do ano, o MEC planeja implementar um processo mais simples. No entanto, ao contrário das edições anteriores, não serão oferecidas novas vagas durante esse período. Isso significa que aqueles que perderam o Sisu, fizeram algum vestibular antecipadamente, não passaram na edição anterior ou decidiram se inscrever posteriormente, terão que esperar um ano para tentar entrar na universidade.
A alegação de altas taxas de desistência não deve ser resolvida apenas retirando vagas, mas sim investigando a razão desse fenômeno e buscando soluções. Isso, claro, considerando que se mantenha o péssimo sistema de vestibular que existe atualmente no País.
A atitude correta seria acabar com todos os vestibulares e abrir o livre ingresso na universidade, nada menos que isso. Mas, em vez disso, o acesso da população ao ensino superior é cada vez mais restringido, minando a evolução da educação no Brasil.
O vestibular é uma barreira para muitos estudantes e restringe ainda mais o acesso à educação superior. Em vez de limitar o número de vagas e restringir o acesso, é preciso lutar para eliminar os exames de entrada e abrir as portas da universidade para todos os interessados.