Na madrugada de domingo, 23 de abril, cerca de 200 famílias ocuparam a fazenda Jerusalém no município Jaguaquara, região do baixo sul da Bahia. A fazenda ocupada já tem um mandato de desapropriação desde 2010 – segundo o INCRA, tem inclusive recursos depositado em juízo para a sua aquisição, e mesmo com a tentativa de quebra do decreto presidencial por parte do “proprietário”. Com essas atividades se intensificando, cresce a sanha fascista de repressão, as milícias rurais da região estão ameaçando os sem terra por reivindicarem o básico, moradia.
As milícias rurais não são uma particularidade da Bahia, porém, nesse estado, ocorrem de maneira intensa, existem muitos conflitos entre latifundiários e desprovidos de propriedade. Essas organizações verdadeiramente fascistas oprimem o povo pobre em várias regiões: Jaguaquara, Ilhéus, Ipiaú, Jequié etc., fazem vídeos ameaçando com armas e incentivando violência contra as famílias que batalham pela própria sobrevivência.
No governo Lula, as atividades do MST e outras organizações que lutam pela terra foram retomadas, práticas que ficaram reprimidas desde 2016, resultado do golpe de Estado. A burguesia, que condena qualquer fator de progresso e, nesse caso, a reforma agrária, está utilizando o Estado burguês para esmagar os atuantes: alguns militantes desta luta já foram até mesmo preso, é o caso do líder da FNL (Frente Nacional de Luta) Zé Rainha e o companheiro Magno Souza, liderança do grupo indígena da etnia Guarani-Caiouá e ex-candidato do PCO (Partido da Causa Operária). Essas ofensivas não devem intimidar a esquerda, pelo contrário, é preciso intensificar as ocupações.
Um problema que se apresenta é a violência dos pistoleiros, milícias e a própria polícia que é conivente com a causa dos latifundiários. Esses grupos estão armados e não pensam duas vezes para matar gente pobre. Em contrapartida, os companheiros que lutam por moradia e terra estão indefesos a reboque da política inescrupulosa da esquerda pequeno-burguesa; o desarmamento. Estes, que não estão no mundo acadêmico, no incrível mundo esquerdista, devem se defender, pois na vida real eles são obrigados a sobreviver, isso significa sair vivo diante da ofensiva da direita.