Depois de assinar, no último dia 2, autorização para a atuação da Força Nacional no Rio de Janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, suspendeu, dois dias depois , temporariamente, aspectos parciais do documento, após questionamento do Ministério Público do Estado. Dino comunicou que o “número 2” da pasta, o secretário-executivo Ricardo Cappelli, iria ao Rio para conversar com o MPE.
A previsão inicial era de que fossem enviados 300 homens e 50 viaturas da Força Nacional. Também seria acionada a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado, com 270 policiais e 22 blindados e outros equipamentos; além da atuação da Polícia Federal.
A decisão do ministro de reforçar as forças repressivas no Rio atende à campanha da imprensa capitalista e do governador bolsonarista Cláudio Castro (PL).
A campanha repressiva, certamente, será reforçada pela imprensa capitalista, que – como abutres – vai procurar tirar proveito dos assassinatos dos médicos na Barra da Tijuca, no dia de ontem, para intensificar a campanha a favor da repressão.
Guerra contra o povo
É notório o deslocamento de importantes setores do governo Lula para uma comunhão com a política reacionária da direita, no sentido da repressão do povo trabalhador.
Como parte dessa política reacionária, o secretário executivo do Ministério, Ricardo Capelli, que se reuniu com Castro (29/9), por exemplo, saiu em defesa das criminosas “operações” da Polícia baiana nas quais morreram mais de 70 pessoas, apenas em setembro passado.
As ações que a direita pretende impor no Complexo da Maré – comunidade operária, que abriga cerca de 150 mil pessoas – são a repetição do que já se deu milhares de vezes em “operações” policiais que resultaram na morte de civis, incluindo mulheres e crianças, no Rio.
Sob o pretexto de “prender líderes da facção criminosa”, se montou um cerco contra a população da Maré, que pode se estender para outras localidades do Rio.
Com Flávio Dino e Cia. sob os holofotes do Partido da Imprensa golpista (PIG) que faz campanha a favor do aumento da repressão, se quer que as forças federais dêem cobertura para ação do governo bolsonarista do Rio e da polícia que mais tem tradição em matar pobre e preto no país.
Defender os trabalhadores
O ministro do PSB, vai reafirmando o caráter reacionário da sua gestão no Ministério, que se apoia na política de intensificar a repressão contra a população pobre.
As entidades dos trabalhadores do Rio, o movimento popular e toda a esquerda precisa se denunciar esta operação.
É preciso cobrar do governo Lula que retire seu apoio à ação criminosa do governo Cláudio Castro que não pode resultar em nada de positivo para o povo trabalhador do Rio de Janeiro.