Editorial, Zona do Agrião
“Vamos, Corinthians, que dessas bichas teremos de ganhar!”, assim gritaram torcedores do Timão durante a disputa do clássico contra o São Paulo no Itaquera, na Zona Leste paulistana. Antes da histeria punitiva identitária, isso seria apenas mais um grito de torcedores. No entanto, as coisas mudaram. Enquanto ocorriam os gritos, o juiz paralisou o jogo e o telão do estádio relembrou os torcedores que “homofobia é crime”.
A lei da homofobia, no entanto, nunca foi votada pelo Congresso Nacional. Ela foi inventada artificialmente por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que não foram eleitos por ninguém, baseando-se na lei que torna racismo crime.
Agora, após o precedente aberto pelos togados do Supremo, o Corinthians pode perder 3 pontos e ser multado por causa de “gritos homofóbicos” da torcida durante o jogo, sendo novamente vítima do identitarismo — após os ataques que levaram à demissão de Cuca.
Com esse caso, a imprensa burguesa retorna com sua campanha contra a “homofobia nos estádios”, sendo essa mais uma das frentes de ataque da burguesia contra as torcidas (principalmente as organizadas).
Vivemos em um Estado burguês, capitalista, portanto policial. Um estado de violência constante que sempre recai sobre a cabeça dos trabalhadores, fazendo com que até as formas de diversão do público mais amplo e pobre tendem a serem marginalizadas e criticadas pela imprensa — estando sujeitas a serem reprimidas inclusive com força bruta.
A perseguição às torcidas é a política de manter o futebol dominado pelo poder econômico. Os estádios devem ser locais democráticos. Abaixo a censura! Ainda, punir o clube com perdas de pontos em Campeonato é um abuso total, mais uma forma de se “arrumar” resultados.