Seguindo a rotina de trabalho dentro dos frigoríficos, como esse Diário vem denunciando, foi divulgado mais um acidente com amônia e no JBS Friboi.
A tragédia ocorreu em uma das fábricas de Dourados, cidade do estado de Mato Grosso do Sul.
No cotidiano dos operários no setor frigorífico, é um constante número de acidentes diários, alguns individuais e outros coletivos, como ocorre por inúmeras vezes por causa das péssimas condições de trabalho, principalmente com o gás amônia.
A tragédia anunciada foi no dia 1º de março, e teve como consequência, conforme informações da imprensa local, 18 trabalhadores hospitalizados, sendo que quatro trabalhadores ficaram internados. Sem que se possa ter medo de errar, todos os 18 sofrerão com sequelas pós acidentes, sejam problemas nos olhos, nos tratos respiratórios, na pele, etc.
Nesse caso, não foi anunciada nenhuma fatalidade, porém, não significa que tal situação não possa ocorrer posteriormente, talvez nem seja computado como consequência do vazamento.
O valor do trabalhador
Não é necessário muito esforço para saber que, a única preocupação dos patrões em geral, como os donos da JBS/Friboi é de sugar ao máximo os seus funcionários visando a obtenção cada vez maior de lucro de suas empresas, bem como engordar suas contas bancárias, por isso, não existe qualquer investimento em melhorias das condições de vida e trabalho dentro do setor de trabalho. A vida de quem chamam de “colaboradores” não vale nada, apenas o suficiente para usar, deixar desgastado devido às condições de exaustivas que lhes impõe e, depois disso, é descartado como uma coisa qualquer.
Para se ter uma noção da situação, o Centro-Oeste, região onde se localiza o frigorífico do grupo JBS/Friboi, ou seja, Mato Grosso do Sul, é considerado como a primeiro colocado em acidentes e doenças ocupacionais, tendo, inclusive o vazamento com amônia como o maior índice, com 14,2%; apesar de não haver uma estimativa oficial, porém um levantamento do atendimento de ocorrências envolvendo refrigeração e amônia aponta um crescimento significativo ao longo dos anos.
No Brasil, acidentes ambientais envolvem produtos perigosos, tendo a classificação de risco 2, na qual é classificada a amônia, no período de 2006 a 2010, onde foi levantado esse percentual, o que pode significar que esses valores devem ter aumentado ao longo dos últimos anos, principalmente após o golpe de 2016 e com o governo Bolsonaro.
É preciso agir diante de tamanha exploração, todos os sindicatos, bem como entidades de luta ligadas ao setor, com a CUT à frente deve intervir energicamente para mudar essa sorte de coisas, as quais os operários, quase feitos de escravos, vêm sofrendo dos desmandos dos patrões.