O Talibã rejeita novos comentários da ONU sobre o Afeganistão. O porta-voz do Emirado Islâmico, que é o governo Talibã, rejeitou os comentários sobre a situação das mulheres Afegãs por parte do secretário adjunto da ONU para assuntos humanitários, Martin Griffiths.
A alegação do funcionário das Nações Unidas é que se as mulheres não puderem comparecer para trabalhar nas ONG’s, não poderão dar continuidade às “ajudas humanitárias” ao país. A resposta do Emirado Islãmico foi que as mulheres podem trabalhar normalmente nas organizações desde que respeitem a Lei Islâmica, a Sharia.
O problema central é que o Talibã, após o retorno ao governo do país, decidiu proibir que essas ONG ‘s continuassem a contratar mulheres sem usar adequadamente o traje hijab de acordo com a lei. Como retaliação, dezenas de ONG’ s suspenderam as atividades de “ajuda humanitária” prejudicando ainda mais o governo e o povo do Afeganistão
Em uma “visita de trabalho” ao Afeganistão, a vice-diretora da ONU, Amina Mohammed, defendeu a formação de um governo inclusivo, que envolva as mulheres. Quem já está familiarizado com as revoluções coloridas sabe exatamente qual a intenção da ONU no Afeganistão, e não é nada boa para os Afegãos mas excelente para o imperialismo.
Está clara a intenção de desmontar novamente o governo do Talibã. O que foi conseguido pelas armas anteriormente, agora querem fazer pelas “ajudas humanitárias”. O Talibã que se cuide.
O governo americano de Joe Biden apreendeu 7 bilhões de dólares do Banco Central do Afeganistão no Federal Reserve de Nova Iorque depois da guerra e ocupação de 20 anos e que terminou com a retirada vergonhosa causada pelo Talibã aos americanos.
O Banco Central Afegão foi projetado por economistas americanos e ainda hoje tem sua participação na administração. O confisco paralisou a atividade econômica no país, funcionários do governo, professores, empresários e a população não têm acesso ao próprio dinheiro para comprar comida e o que precisam para viver, bem como de pagarem os fornecedores, importadores, exportadores. E ainda as empresas que ainda não fecharam sofrem com sanções econômicas impostas pelo imperialismo.
Essa situação está deixando cerca de 10 milhões de pessoas à beira da fome. Um autêntico genocídio. Usam de demagogia dizendo que podem liberar alguns milhares de dólares através de ONGs, mas não querem liberar os 7 bilhões do povo afegão.
Isso deixa claro que a guerra contra o Afeganistão e em particular ao Talibã está longe de ter chegado ao final. O imperialismo quer tomar posse dos recursos minerais do país como ouro, cobalto, cobre, lítio, ferro que chegam a trilhões de dólares e são matérias primas importantes para a indústria.
Como o Talibã expôs a ferida do imperialismo, demonstrando sua fraqueza, reduzindo sua influência no Oriente Médio, abriu a porta para que outros países comecem a se afastar da dominação imposta pelo imperialismo e o mundo comece a caminhar para uma nova forma de organização e de relações internacionais, rumo a um novo sistema econômico e social.
Toda a esquerda mundial tem que se colocar em defesa do governo Talibã na sua luta contra o imperialismo. A luta dos afegãos contra o imperialismo é a mesma luta da esquerda contra este inimigo comum, que oprime toda a classe trabalhadora mundial. A vitória de um fortalece a vitória de todos.