Um novo pedido de impeachment contra Lula foi protocolado. O texto, apresentado à Câmara dos Deputados na terça-feira (6), é de autoria do deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) e conta com 47 assinaturas.
O novo pedido de impeachment reflete bem o momento pelo qual passa o governo. Em primeiro lugar, pelo seu pretexto: a visita de Nicolás Maduro e a indicação de Cristiano Zanin. É um pedido com forte apelação para a extrema-direita e que mostra que aquilo que a imprensa burguesa está criticando no governo pode rapidamente se transformar em um movimento por sua derrubada. A imprensa já abanou por completo sua máscara de “democrática” e cada dia mais se mostra como o mesmo cartel que fez campanha pela derrubada de Dilma Rousseff em 2016.
O segundo elemento importante é que quatro deputados da chamada base aliada assinaram o pedido. São eles: Thiago Flores (MDB-RO), Delegado Palumbo (MDB-SP), Sargento Fahur (PSD-PR) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE). Todos eles já vinham votando contra o governo.
O fato só comprova que o governo não tem uma base de fato. Para conseguir votar qualquer coisa, é preciso um esforço imenso. Para que o arcabouço fiscal fosse aprovado, por exemplo, foi necessário liberar quase R$2 bilhões em emendas. E mesmo assim, não é suficiente: os deputados só se deixam ser comprados se o projeto não atingir frontalmente os sues interesses, o que acontece frequentemente, visto serem de direita.
Outra farsa é de que, mesmo tendo uma “base fluida” – isto é, não existente -, o governo teria formado uma “frente ampla”, com “aliados” dos mais diversos partidos. Esses tais aliados, no entanto, de nada servem. Votam contra o governo e, agora, chegaram ao extremo de pedir a sua queda.