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Possível calote

A situação da dívida dos EUA, a maior do mundo

Enquanto os EUA correm o risco de calotear a dívida pública do país, Biden distribui milhões à Ucrânia

Os Estados Unidos possuem a maior dívida externa de todo o planeta. Ela ultrapassa 31 trilhões de dólares, segundo dados de janeiro deste ano, e representa 121% do PIB norte-americano. A título de comparação, em 2º lugar aparece o Reino Unido, com 8,73 trilhões de dólares, com 273% do PIB britânico. A China aparece em 6º lugar, com 2,64 trilhões de dólares, que representa 14,39% do PIB chinês. O Brasil aparece no 20º lugar, com 556 bilhões de dólares de dívida externa, que representa 38% do PIB brasileiro. Rússia possui 489 bilhões de dívida, 32% do PIB. A dívida da Ucrânia é de 225 bilhões, 81% do PIB.

Na visão geral, os países do imperialismo possuem dívida externa que ultrapassa os seus próprios PIBs. Isso mostra o desespero para manter o controle mundial, de vampirizar a riqueza dos países menos preparados para ficar na vantagem, como sempre fizeram.

Ultimamente, a imprensa tem destacado que o movimento do Congresso norte-americano está agitado. Isso é porque em 1° de junho, o país precisa pagar parte da dívida. A secretária do Tesouro norte-americano Janet Yellen alerta que o Congresso precisa aprovar o limite da dívida, pois “isso causaria graves dificuldades às famílias americanas, prejudicaria nossa posição de liderança global e levantaria questões sobre nossa capacidade de defender nossos interesses de segurança nacional”. Caso os EUA não consigam realizar os pagamentos, darão calote na dívida.

O presidente da Câmara, o republicano Kevin McCarthy, disse que não acredita no calote dos EUA e que as negociações seguem bem. Presidente norte-americano Joe Biden, que era para voltar mais cedo do encontro de G7 no Japão, cidade de Hiroshima, durante 19 a 21 de maio, acabou permanecendo na Terra do Sol Nascente e encontrou com Zelensky no dia 21 de maio e anunciou 375 milhões de dólares de ajuda militar à Ucrânia. Fez o seu papel de líder dos países imperialistas, contribuindo para a continuação de guerra visivelmente artificial, para pressionar a Rússia. Fez bonito fora de casa, mas o seu lar está em chamas.

Biden joga fruto de arrecadação do povo norte-americano para alimentar a indústria bélica, enquanto a dívida aumenta cada ano. Claramente um ato que mostra que esse conflito é armação norte-americana, onde o dinheiro público norte-americano é jogado para aquisição de armamento pesado, ou seja, está usando o dinheiro do povo norte-americano para gastar com armamentos produzidos pela indústria bélica, movimentando dessa forma o lucro exorbitante da burguesia. Biden está fazendo o trabalho pelo qual foi “contratado”. Enquanto o povo norte-americano sofre com o descaso do governo, o dinheiro público é gasto com a guerra, que causa sofrimento do povo do Cáucaso.

Esse assunto de possível calote ianque foi um dos temas do podcast do Rádio Causa Operária do dia 16/05/2023, “Análise Política da 3ª, com Rui Costa Pimenta”. Segundo Rui, isso não seria uma novidade, já que a dívida pública norte-americana é uma coisa monstruosa há décadas, crescendo por anos e anos, sendo o resultado de uma política imperialista que tem muita dificuldade de autossustentar. A dívida pública norte-americana não é especificamente um problema somente dos norte-americanos, mas é problema de todas as pessoas que atuam com o dólar. Porque o Estado norte-americano é o fiador da integridade da moeda norte-americana. Uma vez que ela não tem lastro, então, você precisa ter fé de que o estado norte-americano vai continuar sendo capaz de manter essa moeda.

Mas atualmente muita gente não acredita mais nisso. Na realidade, o pessoal está fugindo do dólar. Uma das causas é, se você for um país que atua com compras internacionais – e praticamente todos os países atuam -, se você tem um volume muito grande de comércio e de operações financeiras em dólar, você precisa ficar preocupado com a saúde financeira do Estado norte-americano e logicamente, o que vai acontecer, a hora que os EUA perceberem que não vão conseguir manter isso, eles vão dar calote internacional.

Os chineses, por exemplo, correm muito risco de calote norte-americano, pois os chineses são, ao que parece, os maiores detentores da dívida pública norte-americana. Trata-se de um problema muito grave, vê-se que existe toda uma discussão porque a situação está chegando no limite.

A imprensa internacional diz o seguinte: o fato de que não há uma corrida de dólar para ouro mostra que o mercado financeiro internacional não está assustado com a dívida pública norte-americana. Não está, mas isso pode ser simplesmente com conservadorismo, uma força da inércia. Como eles estão acostumados a ver o estado norte-americano se endividando cada vez mais, e não acontecendo nada, eles podem estar entrando numa armadilha. Ninguém garante que não vai acontecer nada. Isso pode provocar uma comoção internacional, essa situação de endividamento do estado norte-americano. E um sintoma dessa comoção é a oposição interna. Quer dizer, a direita norte-americana do Partido Republicano já é uma direita que atua por fora dos políticos tradicionais, do aparato político tradicional que domina os EUA.

Essa direita questiona o sistema vigente porque entende que quem vai acabar financiando, mesmo que parcialmente, essa dívida colossal, é o mercado interno norte-americano. Talvez através de um aumento de impostos, cortes em determinado tipos de investimentos etc. Medidas que vão na contramão dos interesses desses setores do GOP.

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