Desde a eliminação (armada) do Brasil na Copa do Mundo do Catar, iniciou-se, na venal imprensa nacional, toda uma campanha pela contratação de um técnico estrangeiro. Não foram poucas as vozes (na verdade, a quase totalidade) que se levantaram para advogar a ideia (esdrúxula e absurda) de trazer para o Brasil um treinador da “escola” europeia, que nada tem de inovadora e relevante para nos transmitir, afinal, a única seleção pentacampeã mundial não é originária do velho continente, mas está localizada na América do Sul, que somadas as conquistas, ostentam 10 títulos mundiais (cinco do Brasil; três da Argentina e dois do Uruguai). A pergunta que deve ser feita é: Qual o sentido de ter à frente da seleção mais vitoriosa do mundo um técnico originário do futebol que só tem alguma vitalidade justamente em função de ostentar em suas equipes jogadores oriundos de outras regiões do planeta, sobretudo do continente africano e sul-americano? Não precisamos de ninguém que venha nos dar lição sobre matéria onde somos professores. Afinal, o futebol pentacampeão do mundo e maior exportador de craques para os gramados mundo afora já provou sua superioridade. Tanto dentro das quatro linhas, quanto fora, com os técnicos brasileiros sendo contratados para ensinar futebol em várias regiões do mundo (Oriente, China, Japão, etc).
O que precisa ser compreendido é que o atual estágio do futebol brasileiro demonstra claramente que não necessitamos de nenhum técnico estrangeiro, na medida em que se destacaram, no último período, nomes de grande expressão, como o de Fernando Diniz, atual técnico do Fluminense, que acaba de conquistar o bicampeonato carioca. Ao mesmo tempo, técnicos pagos a “peso de ouro”, como o português Vítor Pereira, conseguiram perder cinco títulos em 3 meses. Um feito “inédito” e também inexplicável, na medida em que estava à frente de um dos melhores elencos do Brasil, o Flamengo. Basta uma comparação simples e irrefutável, pois esse mesmo time do Flamengo, sob a direção do técnico brasileiro Dorival Júnior, na temporada anterior, ganhou quase tudo, levando para a sala de troféus do Flamengo títulos nacionais e internacionais.
Diniz vem implantando um modelo tático de valorização da posse de bola e do talento típico do futebol brasileiro, com resultados positivos. Essa sua segunda passagem dirigindo o Fluminense, onde vem obtendo grandes êxitos, deixa evidente que a escola brasileira é grande produtora de bons técnicos, muitas vezes superior a qualquer outra.
Fernando Diniz pode, entre outros, ser uma boa opção para comandar a seleção brasileira e espantar de vez o fantasma de um treinador estrangeiro que não precisa copiar o medíocre futebol burocrático e robotizado dos europeus. Nesse sentido, a campanha vil e sórdida da venal e golpista imprensa esportiva nacional deve ser firmemente rechaçada. Não precisamos de estrangeiros treinando nossas equipes, em especial a seleção brasileira, pois temos material humano (craques e bons técnicos) de sobra, inclusive para exportação, ou seja, para ensinar os gringos a jogar.