Representatividade refere-se à ideia de que pessoas pertencentes a diversos grupos sociais, étnicos, culturais e outros, devem ser adequadamente refletidas e incluídas em várias esferas da sociedade, principalmente no entretenimento e nos órgãos públicos. A luta dos setores políticos que defendem essa ideologia buscam assegurar que esses grupos oprimidos estejam representadas, mesmo que em lugares que não tão positivos para a população que representam.
Apesar de parecer progressista, essa política é na verdade reacionária. É crucial reconhecer que a representatividade é uma ilusão para os oprimidos, oferecendo meras vantagens superficiais e para apenas algumas pessoas, que serão favorecidas com cargos, enquanto as verdadeiras barreiras persistem e a maior parte da população continua sendo oprimida e sem os seus direitos fundamentais.
Um exemplo apelativo muito usado para destacar o supostos benefícios da representatividade é o de que se uma criança negra ao ver um médico negro em uma novela de TV poderia se inspirar e tornar-se um também. Certamente, a presença dessa figura poderia despertar um sentimento de aspirações. No entanto, é ilusório acreditar que essa inspiração se traduzirá automaticamente em oportunidades reais na vida da população. O acesso a profissões como a medicina no Brasil é um exemplo flagrante dessa questão.
A admissão em cursos de medicina nas universidades públicas brasileiras é competitiva e escassa. A taxa de candidatos por vaga é uma prova clara das dificuldades enfrentadas pelos estudantes. Acrescente a isso o alto custo das universidades privadas, incluindo cursos de medicina, que tornam inatingível a realização de tais aspirações para a maioria dos jovens. Portanto, a representatividade na TV não garante o direito ao curso de medicina.
Dentro dessa política, há ainda uma questão mais preocupante, é a de usar representantes desse grupos oprimidos para defender os interesses dos grandes capitalistas e do imperialismo.
Para enganar a população diante das verdadeiras intenções de rapinagem da burguesia, negros, mulheres, etc, são colocados para defender políticas que em nada favorecem a população geral. Exemplos não faltam, temos a vice-presidente dos EUA, mulher e negra, temos no Brasil, Djamila Ribeiro que é garota propaganda de várias marcas e apoiadora do governo francês Macron, ainda temos Silvio Almeida, que figurou o papel ridículo de criar um comitê para passar pano para a rede de supermercados Carrefour depois do assassinato de um negro por um segurança do estabelecimento.
Negros que devem ser seguidos
Um exemplo mais realista de “representatividade” que os oprimidos devem aspirar a seguir deve ser o recente caso do Golpe no Níger. No mês passado, as forças armadas nigerianas realizaram um golpe, derrubando o governo antigo que era totalmente capacho da política imperialista da França. Esse levante das forças armadas, com apoio massivo da população nigeriana tem um importância infinitamente maior do que que qualquer cargo burocrático ou papel de novela que um negro faça. A situação no Níger expressa a crise do domínio imperialista na África e impulsiona um levante de outros países massacrados pelos EUA.
E de fato dá poder a população negra, pois o antigo presidente, que também era negro, representava a politica dos franceses, dos EUA. Se vamos falar de exemplos inspiradores, nada mais entusiasmante do que o discurso de Abrahim Traoré, presidente de Burkina Faso, no encontro com o presidente russo Putin, que mostrou qual o modelo revolucionário que deve ser seguido pelo povo negro.
Veja abaixo o vídeo do discurso de Ibrahim Traoré:
https://x.com/izadoradias29/status/1689729716775686145?s=46