Recentemente, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, concedeu entrevista à revista Veja, para o desespero da esquerda pequeno burguesa.
A entrevista foi publicada nessa última segunda-feira (17). O ponto central foi a denúncia feita por Rui, de que os inquéritos abertos por Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro e os manifestantes que participaram do 8 de janeiro constituem uma perseguição política e jurídica. No mesmo sentido, criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que tornou Bolsonaro inelegível. Fez constar que o 8 de janeiro não se tratou de uma tentativa de golpe de Estado, e que pessoas comuns estão sendo injustamente perseguidas.
Quando perguntado sobre a posição do PCO a respeito do STF, e se o partido tinha a mesma posição que os bolsonaristas, de fechar o tribunal através de um golpe militar, Rui afirmou que não. Explicou que, de fato, a posição do partido é a de que um “tribunal constitucional” não deveria existir, pois representantes não eleitos acabam sendo os donos da constituição, podendo agir de forma arbitrária.
Assim, esclareceu embora a posição do PCO seja a de que o Supremo não deveria existir, a dissolução do tribunal deve se dar através de uma reforma constitucional. Assim, denunciou a arbitrariedade que o partido sofreu nas mãos de Alexandre de Moraes, que suspendeu todas as redes sociais do PCO às vésperas da eleição de 2022.
Para todos os que acompanham o Partido da Causa Operária, suas redes sociais, e as análises políticas semanais de Rui Costa Pimenta, sabem
A entrevista teve grande repercussão, tanto na imprensa burguesa como nos jornais da esquerda pequeno burguesa.
Ao longo dos anos o PCO sempre foi acusado de ser um partido pequeno, irrelevante na política nacional, que só chama a atenção por causa de posições que destoam do senso comum. Essa acusação era tipicamente feita pela esquerda pequeno burguesa. Um de seus representes mor, Guilherme Boulos, certa vez disse que o partido não cabia em uma kombi.
Bem, a repercussão da recente entrevista de Rui mostra que o PCO é, de fato, um partido relevante, que influencia os rumos da política brasileira.
Se houve uma época em que a imprensa burguesa ignorava o partido, hoje em dia não pode se dar ao luxo.
Desde que a política revolucionária do partido começou a ter um impacto maior na conjuntura política, a imprensa burguesa foi obrigada a falar sobre o PCO. Os esquerdistas pequeno burgueses que são completamente antagônicos ao partido aproveitam a oportunidade para falar que o PCO é de direita, é bolsonarista.
Isto não poderia ser mais equivocado.
Mas se isto é equivocado, por que então os jornais da burguesia vêm dando espaço ao PCO? Bom, para se entender isto, é preciso saber os motivos por quais a burguesia cede espaço à esquerda.
O primeiro deles é para promover figuras de esquerda (ou aparentemente de esquerda) para atuar contra os trabalhadores. É o caso de Guilherme Boulos. Não é o caso do PCO.
Outro motivo é para avacalhar com as posições revolucionárias. Para apontá-las como algo esdrúxulo. Nesses casos, a imprensa burguesa se limita a fazer escárnio das suas posições. Isto aconteceu com o PCO durante muitos anos.
Contudo, a atuação revolucionária do partido, sempre consequente com seus princípios programáticos, fez com que o PCO crescesse em decorrência da polarização (acirramento da luta de classes). De forma que, agora, a burguesia não pode nem ignorar o partido, nem se limitar a fazer escárnio de sua política.
Com a política revolucionária do PCO reverberando entre o povo, entre os trabalhadores, agora a burguesia é obrigada a ceder espaço ao partido para poder entender o porquê de seu crescimento, o porquê de sua crescente relevância na conjuntura política.
É por essa razão que jornais burgueses como a revista Veja estão dando mais espaço para o Partido da Causa Operária.
Não se trata de promover o partido, mas de entendê-lo. Com qual finalidade? Para dominá-lo, para combatê-lo. Afinal, o PCO, com sua política revolucionária consequente, é, a longo prazo, o maior perigo para a burguesia.