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Melhor propaganda não há

A perseguição a Bolsonaro já é um tiro saindo pela culatra

A esquerda pequeno burguesa que pede punição para Bolsonaro abdicou ta luta tradicional da esquerda, pela conquista da consciência dos trabalhadores, se tornou um apendice da globo

A esquerda pequeno burguesa segue em sua campanha equivocada de histeria em torno de picuinhas contra Bolsonaro. Acreditam que nesse processo, de taxar Bolsonaro de pior presidente da história, de apoiar as medidas autoritárias do judiciário, estão combatendo o bolsonarismo. A grande prova de que essa tese é falha é que esse setor da esquerda está nessa politica há meses e o bolsonarismo não está se enfraquecendo. O último caso foi do colunista do Brasil 247, Eduardo Guimarães, que publicou o artigo: “Milhões de Bolsonaros”. Ele próprio, ao tentar provar o sucesso da política de perseguição, demonstra que a popularidade do ex-presidente só cresce.

O texto começa levantando a questão das centenas de milhares de doações que garantiram milhões para Bolsonaro: “Você já se deu conta de que Bolsonaro roubou, matou, sonegou, enganou, humilhou, depredou, injuriou, caluniou, difamou e o resultado de tudo isso foi ele receber uma avalanche de dinheiro em sua conta?” Na qual ele segue: “Se a Justiça não punir o ex-presidente Jair Bolsonaro, a democracia continuará em risco no Brasil.” Aqui já fica clara a total incompreensão da popularidade do ex presidente. Os 800mil doadores não apoiam assassinatos, roubos, sonegações etc. Eles doam por acreditar na política de Bolsonaro, por mais absurda que seja essa política. E um motivo que essa crença é tão forte é que o ex presidente está sofrendo na prática um processo de perseguição. Isso é um argumento muito forte a favor de qualquer liderança política. É o mesmo que acontece com Trump nos EUA.

Ele cita o argumento de um livro: “Os autores do livro apontam práticas de Bolsonaro que configuram crimes comuns, sanitários e eleitorais. Argumentam que, se o ex-presidente não for responsabilizado, mesmo que não possa voltar em 2026 por estar inelegível, vai fazer escola na política brasileira.” O presidente já está sendo punido pelo judiciário, está inelegível. Mesmo assim está fazendo “escola na política”. Há um enorme, quantidade de deputados e senadores, os governadores mais importantes do Brasil, e muitas outras personagens da política que são bolsonaristas. É um fenômeno político real, que não será destruído pelo judiciário. Assim como a justiça não conseguiu destruir, do outro lado do espectro político, o PT.

A perseguição ao PT é interessante. Lula sofreu um processo de perseguição ainda pior, foi até preso por 580 dias. Isso fez com que sua popularidade diminuísse? Que ele deixasse de fazer escola? Pelo contrário, muitos setores passara a apoiar ainda mais Lula, pois a justiça, inimiga dos trabalhadores, o categorizou como inimigo público nº 1. Bolsonaro não está nessa categoria, o presidente Lula ainda segue como sendo o maior inimigo, mas para os bolsonaristas ele certamente aparenta ser o grande inimigo do “sistema”. É a explicação para que 800mil pessoas realizassem doações ao presidente. Eduardo Guimarães não entende que existe um apoio real ao ex presidente que precisa ser combatido de forma política, isto é, lutando para conquistar os trabalhadores que estão agora no campo de Bolsonaro.

Mas a esquerda pequeno burguesa abandonou completamente a política de lutar para conquistar os trabalhadores para sua causa. Agora só pensa na justiça, sem saber que, na verdade, nessa relação quem manda é o STF e não os esquerdistas. Nas palavras de Guimarães: “Bolsonaro não só precisa ser punido, mas precisa ser punido rapidamente para que os selvagens da extrema-direita não engolfem o país com um tsunami fascista que, se vier, irá erodir rapidamente a nossa ainda frágil democracia.” Aqui a questão do fascismo é levantada. Sempre é bom lembrar o caso histórico muito famoso, da Alemanha nazista.

Quando Adolf Hitler foi preso após o famoso Putsch da Cervejaria” isso acabou com o partido nazista? Pelo contrário. Ao se tornar um preso político Hitler se tornou a figura mais popular da direita. A direita tradicional, que controlava o judiciário alemão, foi perdendo espaço para o Partido Nazista. A esquerda por sua vez acreditava que essa direita era uma aliada na luta pela democracia. Em determinado momento em 1933 quando a crie era muito grande o que fez essa direita? Convidou Hitler para governar a Alemanha. Os nazistas tomaram o poder, para surpresa de ninguém, com amplo apoio do judiciário. Este logo virou suas armas para a repressão da esquerda, que foi massacrada de tal forma que 90 ano depois ainda não se recuperou.

O caso alemão é emblemático para mostrar como não se faz a luta contra o fascismo. A direita tradicional nunca é aliada dos trabalhadores, mas no momento certo não só ela é aliada do fascismo. É ela que coloca o fascista no governo. Isso aconteceu também no Brasil em 2018. Bolsonaro foi alçado ao governo com ajuda do STF, do PSDB, da Rede Globo, das Forças Armadas, ou seja, de todas as instituições burguesas controladas pelo principal setor da direita no Brasil. Esse setor, no entanto, agora luta para se manter no poder sem popularidade nenhuma. É essa disputa que existe entre a “democracia” e o bolsonarismo. E nesse caso Guimarães se coloca a reboque da “democracia”, isto é, da direita que governou o Brasil nos últimos 40 anos. 

Ele conclui o texto pedindo mais punição: “Pode ter certeza de que, se Bolsonaro não for punido, surgirão milhões e milhões de Bolsonaros nos quatro cantos desta pátria mãe tão distraída, que ainda não se percebe subtraída nessas tenebrosas transações”. Aqui vale lembrar que a perseguição ao bolsonarismo não começou em 2023, mas ainda em 2021 com os casos de Daniel Silveira e Roberto Jefferson. E qual foi o resultado disso? Bolsonaro por pouco não venceu as eleições de Lula. Os deputados perseguidos se tornaram lideranças muito populares. A repressão do judiciário burguês nunca gera vitórias para os trabalhadores.

As vitórias da classe operária só exitem por meio de sua luta real. Os 58 milhões que votaram em Bolsonaro em grande parte são trabalhadores. Sendo assim eles podem ser convencidos da política da esquerda. Podem ser convencidos de que o ex presidente era o candidato dos patrões. De que é preciso lutar contra os golpistas, tais qual Paulo Guedes que controlava a economia no governo Bolsonaro. De que Lula não é um inimigo mas sim um aliado que facilita que a luta dos trabalhadores seja vitoriosa. Basta fazer um exercício de imaginação. Qual é a melhor forma de conversar com o trabalhador que votou em Bolsonaro. Falando que seu candidato deve ser preso ou que é necessário travar uma luta para que Lula garanta o aumento do salário mínimo?

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