Recentemente, o Hamas lançou um ataque a Israel, que surpreendeu o mundo. Este diário cobriu a situação e apontou o sentido revolucionário da luta da organização palestina pela. Também houve cobertura aqui da resposta sendo dada por Israel ao ataque, que está sendo um enorme genocídio generalizado do povo palestino e obliteração de toda a infraestrutura de Gaza. O objetivo é não sobrar nada.
Diante disso, chama a atenção a reação desproporcional de Israel. Como é possível justificar uma iniciativa de aniquilação total de um povo tendo como pretexto um pequeno ataque aéreo? E antes dessa recente situação que suscitou o debate, como historicamente Israel justificou toda a violência e política genocida contra a Palestina?
A resposta para essas perguntas é uma só e se chama imperialismo. Os Estados Unidos fabricaram o Estado de Israel (com o apoio de Stalin). Nunca existiu propriamente esse país Israel. O que existiu e existe é um entreposto militar do imperialismo no oriente médio.
Todo esse genocídio histórico que culminou no atual ataque de Israel contra a Palestina é sustentado do ponto de vista bélico, econômico e político pelos EUA.
Tendo isso em vista, deve-se ter atenção a um aspecto muito importante da sustentação imperialista a Israel: o aspecto propagandístico. Para preparar psicologicamente a população israelense e de todo o mundo para esse genocídio, o imperialismo distorce fatos, cria factoides e esconde qualquer informação divergente de sua narrativa. O que torna essa campanha de propaganda possível é um gigantesco aparelho de manipulação, com controle de quase toda a imprensa burguesa mundial e o (quase) monopólio sobre as redes sociais.
Esta matéria pretende desmentir factoides, apresentar o contexto de fatos distorcidos e divulgar informações omitidas pela propaganda imperialista.
“40 crianças foram assassinadas pelo Hamas”
Essa notícia foi amplamente divulgada em veículos imperialistas, inclusive pelo próprio Joe Biden, o qual disse ter visto “imagens do Hamas matando crianças”. Repete a mesma mentira contada a respeito de Saddam Hussein, de que ele teria matado centenas de crianças do Kuwait para tentar justificar a invasão norte-americana ao Iraque.
O fato real e verídico é que não há qualquer confirmação dessa notícia. As tais imagens não existem, segundo confirmou a própria Casa Branca posteriormente (https://www.aljazeera.com/news/2023/10/12/white-house-walks-back-bidens-claim-he-saw-children-beheaded-by-hamas). A fonte da notícia é um notório sionista e militar de Israel, David Ben Zion, que já afirmou que os palestinos seriam animais em uma fala incitando a violência étnica contra os muçulmanos.
A garota que foi dada como morta, mas que reapareceu viva
A imprensa imperialista divulgou amplamente que Shani Louk foi pega pelo Hamas, morta despida e posta morta como troféu em um desfile macabro (https://www.dailymail.co.uk/news/article-12606553/Female-Israeli-soldier-killed-Hamas-paraded-truck-actually-German-tattoo-artist-30-attending-music-festival-devastated-family-say-nightmare.html).
De fato, há um vídeo da mulher na caçamba de uma camionete ferida e desacordada, porém ela nunca foi morta. Ela foi confirmada viva e no hospital. Ao que tudo indica, ela estava sendo levada a um hospital por estar ferida.
Palestinos morrem, Israelenses são assassinados pelo Hamas
As notícias na imprensa imperialista, de forma geral, costumam apontar as mortes de palestinos pelas mãos de Israel como infelizes fatalidades, enquanto as mortes de Israelenses pelo Hamas como vis assassinatos.
Uma postagem da BBC News no X (antigo Twitter) explicita essa política propagandística do imperialismo de forma bastante constrangedora:
“More than 500 people have died in Gaza after Israel launched massive retaliatory air strikes, according to Gaza’s health ministry
More than 700 people have been killed in Israel since Hamas launched its attacks on Saturday“
“Mais de 500 pessoas morreram em Gaza depois que Israel lançou ataques aéreos retaliatórios massivos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza
Mais de 700 pessoas foram assassinadas em Israel desde que o Hamas lançou seus ataques no sábado”
https://x.com/BBCWorld/status/1711340677571674567?s=20
Resultado geral da propaganda imperialista
Nos órgãos de imprensa da burguesia, o Hamas é posto inegociavelmente como um demônio terrorista e Israel como um Estado que se defende. Diante disso, é fabricado um constrangimento moral de se apoiar o Hamas e se separa os palestinos de sua principal organização de luta.
Essa situação atinge inclusive alguns setores esquerdistas, que se veem em constante necessidade de criticar o Hamas e adotar a política do “nem-nem” (nem Israel nem Hamas), o que resulta em um apoio indireto ao lado mais forte, o de Israel.
Portanto, tendo em vista a falsidade da propaganda dos EUA para transformar o Hamas em demônio, a política revolucionária e de defesa dos povos oprimidos contra o imperialismo é e só poderia ser 1000% com o Hamas.