No último dia 27, o portal Poder 360, William Callegaro publicou coluna com o título: “Educação sexual como ferramenta na luta contra a LGBTIfobia”.
No texto, Callegaro defende o uso da educação como instrumento para garantir o que ele chama de “inclusão e proteção das identidades” e afirma que a educação sexual tem especial relevância na formação de indivíduos que respeitem as variadas identificações de gênero e sexualidade”.
É justamente na ideia central do artigo onde mora a confusão. Que a educação pode ser um instrumento para a tolerância com diversas formas de orientação sexual, isso está certo. O problema é como essa educação deve ser feita.
O colunista chama a atenção para o fato de que hoje o “combate à discriminação se dá através de uma lógica repressiva” e que o melhor caminho seria a educação. Ele está correto ao apontar esse problema. Sob o pretexto de combater a discriminação, o Estado vem adotando cada vez mais medidas de repressão e punição. O colunista afirma que isso tem influência limitada sobre os LGBTs. Isso é fato, já que a puni uma pessoa individualmente não significa resolver o problema coletivo de ninguém.
Há, ainda, outro perigo para o uso da repressão. Ele acaba tendo um efeito contrário, voltando a população contra os LGBTs como se eles fossem um agente repressivo, um agente que uso o poder para impor determinadas ideias.
E é nesse ponto que a proposta do colunista sobre a educação sexual também erra. Uma coisa é uma educação que procure ensinar às crianças a convivência com diferentes pessoas. Outra coisa é tentar aplicar isso na educação sexual.
A proposta acaba tendo um efeito parecido com o uso da repressão. Ao formular uma proposta prática para resolver determinados problemas, deve ser levado em consideração a ideia geral que as pessoas têm. Apresentar a diversidade numa aula de educação sexual pode parecer, aos olhos da maioria da população, uma imposição. Como será essa educação sexual com diversidade? É um assunto muito controverso e que vai acabar surtindo o efeito oposto, reforçando os preconceitos contra os LGBTs.
Com certeza a educação é a saída correta para um melhor entendimento social sobre essas questões, não a repressão como querem a maioria dos ativistas LGBTs. Mas é preciso ser cauteloso ao formular uma política, não comprar uma briga com a maioria da população tentando impor um padrão que no final das contas foge do padrão. Isso, ao invés de solucionar o problema, pode agravá-lo.