O ano começou agitado para os franceses. Desde fevereiro, os trabalhadores mobilizam os principais sindicatos do país contra a reforma da previdência de Emmanuel Macron, que quer os franceses trabalhando mais dois anos antes de se aposentar. Foram dezenas de dias em que todas as indústrias mais importantes do país ficaram completamente paralisadas. Milhões de franceses estiveram nas ruas de norte a sul do país.
As tensões estão nas alturas no primeiro ano do segundo mandato de Emmanuel Macron, e, similarmente ao que aconteceu em Minneapolis, nos EUA, em 2020, quando a polícia local enforcou até a morte Georges Floyd, em Nanterre um policial francês matou o jovem Nahel, de 17 anos no dia 29 de junho. Foi como gasolina numa fogueira em brasas.
Se no início do ano os trabalhadores já estavam sublevados contra o governo, queimando prédios públicos, barricando ruas e paralisando o país, agora, a coisa subiu um tom. Já faz um semana que a situação da França é de uma guerra-civil. Cenas de policiais fugindo de manifestantes, grupos de extrema-direita sendo mobilizados para enfrentar as turbas revoltadas contra a repressão policial. Qualquer reação do governo só piora a situação, naturalmente, pois Macron e o imperialismo francês não querem ceder nenhum centímetro ao povo, não retrocedeu na reforma da previdência, e agora querem resolver a situação com mais repressão.
Nas ruas, é a juventude que compareceu em peso. Os jovens olham para a geração anterior e têm certeza de que suas condições de vida serão muito pior. O Estado de bem-estar social da França foi desmantelado pela política neoliberal, qual a perspectiva para um jovem operário ou até mesmo de classe média? Nenhuma, e quando a juventude sai às ruas para protestar é reprimida brutalmente pela burguesia.
A resposta de Macron para a crise que ele mesmo é aumentar a repressão. “A nossa estratégia assenta em quatro pilares: a mobilização das “forças policiais”, a firmeza da resposta criminal, a responsabilização das redes sociais e a lembrança do poder paternal.” Disse Élisabeth Born, Primeira-ministra de Macron. Multar os pais, aumentar o número de policiais nas ruas e as penas contra os manifestantes, o governo Francês não quer uma saída a essa crise que não seja o completo esmagamento do sue próprio povo.
Aos franceses, e sobretudo à juventude francesa, toda a nossa solidariedade. A juventude carrega em si a força e a coragem necessária para enfrentar a burguesia e o sistema capitalista decadente. Sem empregos, sem perspectiva de aposentadoria, e na linha de tiro da polícia, a única resposta correta é a que está sendo dada: a revolta. Que a juventude e os trabalhadores que ocupam as ruas da França se unam no esforço revolucionário de derrubar Macron e o imperialismo europeu. Até agora conseguiram contaminar outros países como Suíça e Bélgica com o germe da insurreição. Caso a Europa toda se contamine, e o imperialismo europeu caia de joelhos, um futuro melhor esperará os franceses e o mundo inteiro. A luta da juventude francesa é a luta de todos os oprimidos.